São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 2005

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OUTRO LADO

Deputados negam pressão sobre Delcídio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Carlos Wil- lian (PMDB-MG) negaram que tenham pressionado o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), para que a Prece (fundação de previdência dos funcionários da Cedae) fosse retirada da lista dos fundos de pensão investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
"Não houve ameaça nenhuma. O que nós fizemos foi uma ponderação ao senador Delcídio. Dissemos que a Prece é uma fundação estadual, controlada por uma empresa estadual, e que, portanto, não deveria estar sob o foco de uma investigação federal", disse Eduardo Cunha.
Por esse motivo, ele primeiro procurou Carlos Willian, pelo fato de o deputado ser sub-relator da CPI. Pediu então que Willian tentasse evitar a quebra do sigilo da Prece, o que ele não conseguiu. Assim, o deputado recorreu ao presidente da CPI. "Fui com ele [à reunião com o senador], mas apenas para ponderarmos", completou Eduardo Cunha.
Procurada pela Folha, a Prece não respondeu as perguntas feitas pela reportagem até o fechamento desta edição.
O deputado do Rio de Janeiro disse que tudo o que fez foi para defender os interesses do Estado. "Todo mundo aqui [na Câmara] me conhece, sabe que eu defendo o meu Estado."
Na conversa com Delcídio, os dois deputados disseram também que, caso a Prece não fosse retirada da lista da quebra de sigilo, a fundação recorreria à Justiça, o que de fato ocorreu.
O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu liminar à fundação, evitando a quebra de sigilo.
A assessoria de Carlos Wil- lian disse que outros fundos de pensão também recorreram à Justiça depois da iniciativa da Prece, o que, segundo a assessoria, demonstra que os dois deputados estavam certos.


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