São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Lula, Serra e as contas

Começou nas entrevistas aos telejornais do SBT e da Rede TV!, contra o agora DEM e os "sonegadores". Ecoou ontem, ao longo do dia, com nova declaração de Lula contra os mesmos "PFL" e "sonegadores", na manchete da Folha Online, vídeo no UOL, telejornais. Mais importante, nas entrevistas da noite anterior, Lula falou em PSDB "incoerente", com governadores "favoráveis" e senadores que "querem votar contra".
E já ontem à noite, submanchete da Folha Online, "Governadores do PSDB sinalizam apoio à CPMF". José Serra chamou de "um problema extremamente relevante" e informou que os governadores tucanos têm "conversado internamente" com os senadores.
Antes, o blog de Lauro Jardim já fazia contas em que o governo somava 48 votos, perto dos 49 necessários.

CAPITAL LATINO-AMERICANA
O lançamento da BM&F, hoje, ganhou a atenção do "Wall Street Journal" e do "Financial Times", com longas reportagens, já ontem. O primeiro, também em seu blog Alphaville, falou em "hora de Carnaval" e fez previsão de forte procura. O "WSJ" foi além e bancou a notícia de que, depois do lançamento, BM&F e Bovespa devem se unir para concentrar as operações e "consolidar a posição de São Paulo como capital financeira da América Latina".

AOS BRICS
Prosseguem os anúncios do investimento de múltis nos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) como prioridade para 2008. Ontem no "WSJ" foi dia de Volkswagen e Sumitomo.

"LIÇÕES"
Já a Reuters deu especial de Todd Benson desde a Bahia, postada por "Washington Post" etc., sobre "a história de maior sucesso da Ford hoje", com "lições" tiradas para a montadora em outras partes.
A fábrica de Camaçari seria o motivo da "reviravolta", mas também os modelos criados para o país, de baixo custo.

GRÁTIS?
No estatal chinês "Diário do Povo" e outros, inclusive AFP, a notícia de que o Brasil e a China "vão mandar imagens grátis de satélite para África".
O que querem em troca o Brasil e a China?, perguntou a agência. "A generosidade se paga no longo prazo" foi a resposta do diretor do Inpe.

KIRCHNER DE SEMPRE
Perto de sair, o argentino Néstor Kirchner voltou a cobrar, pelas agências, que "a Petrobras tem que investir mais". Foi logo após, ironizou a Dow Jones, "elevar imposto de exportação de petróleo".

SEM PÂNICO
economist.com


A "Economist" deu capa para "O pânico sobre o dólar", mas com o editorial destacando que, "ainda bem, isso não precisa acontecer". Os EUA têm que parar de prometer e começar a valorizar sua moeda. E a China tem que "fazer a sua parte", também valorizar. "Agora é a oportunidade para os líderes chineses serem tomados como atores responsáveis, no sistema internacional".
Já a Bloomberg deu que relatório do Goldman Sachs sugere apostar em moedas de emergentes como Malásia, Brasil e Rússia, contra o dólar e outras. Mas Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman, falando em Oxford, avisa que "pessoalmente" vê o dólar forte "daqui a um ano".

IDH LÁ
O blog The Lede, do "New York Times", linka e ironiza as reações ao IDH, através da cobertura. Não cita o Brasil.
Na Noruega, que não é mais líder, o "Aftenposten" deu a manchete "Não exatamente o melhor". E na Índia a questão, segundo a agência IANS, é que o país, em 128º, "tem muito terreno a ganhar se quiser se aproximar da China", em 81º.
Para o site, o enunciado nos EUA, em 12º, deveria ser "Não exatamente nos dez mais".

HERANÇA
A BBC tratou longamente de Salvador, onde a "herança cultural agora traz visitantes afro-americanos dos EUA".

DESCULPAS 1 E 2
Aguinaldo Silva, que cobrou passaporte africano de Gil, pediu "desculpas" por ter sido "grosseiro", no Globo Online.
E Jô Soares, da entrevista sobre sexualidade em Angola, pediu "desculpas, se ao ser mal interpretado eu ofendi grupos", na Agência Lusa.

MAIS TROPA DE CHOQUE
Record/Reprodução
Cena da desocupação de terra em Limeira


A Globo, à tarde, registrou como "confronto" em que "os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha" e "os sem-terra tinham facões e enxadas". No "JN", destacou que "resistiram".
Na Record, cenas de bombas de gás e sem-terra espalhados pelo chão. Nem a equipe escapou. "Na minha direção, engatilhou uma arma contra mim", contou a repórter, assustada. "Gás pimenta na gente, os sem-terra estavam do outro lado. Agrediram verbalmente... Depois tiraram o nome da farda". Agrediram também, disse, a outra equipe, supostamente da Globo.
Na Folha Online, "Polícia fere sem-terra, diz MST". No Brasil de Fato, ligado ao movimento, "Tropa atira contra sem-terra; dirigente Gilmar Mauro está ferido".


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@ - Nelson de Sá



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