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CUT lidera lobby no governo, diz pesquisa
Central fez 30 visitas a gabinetes, contra 25 da Fiesp e 24 da CNI, segundo tese de doutorado de subchefe da Casa Civil
Dos parlamentares ouvidos, 39,66% reconheceram ter atuado para "transformar em proposição legislativa" tema de interesse do lobista
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa feita com 60 integrantes da administração pública com poder de decisão
-chefes-de-gabinete, secretários nacionais, secretários-executivos de ministérios, dirigentes de agências reguladoras-
revelou que, de 149 entidades
integrantes de conselhos de políticas públicas do governo, a
campeã do lobby no Executivo
nos últimos cinco anos é a Central Única dos Trabalhadores.
Com 30 visitas a gabinetes da
administração, a CUT encabeça a lista de 38 entidades que
praticaram o lobby mais de dez
vezes no período e tiveram suas
visitas às repartições documentadas. Em segundo lugar,
com 25 visitas, está a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), seguida pela
CNI (Confederação Nacional
da Indústria), com 24 reuniões.
A pesquisa faz parte da tese
de doutorado de Luiz Alberto
dos Santos, subchefe de Análise
e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa
Civil, na qual ele compara o
lobby no Brasil e nos EUA.
Ele diz que "33 entidades,
que mantiveram mais de 10
contatos no últimos cinco anos,
são responsáveis por quase a
metade dos contatos totais. E,
se considerarmos as entidades
mais atuantes -que mantiveram mais de 15 contatos-, teremos que um grupo de 13 entidades foi responsável por 235
contatos, ou seja, 8,7% das entidades consideradas responderam por 23,2% dos contatos".
Os dados da pesquisa de Santos foram apresentados num
seminário sobre a regulamentação do lobby promovido pela
Controladoria Geral da União,
responsável por propor uma
regulamentação da atividade.
A pesquisa também abrangeu o lobby no Congresso -60
parlamentares responderam.
Ela revelou que tanto os parlamentares como os administradores têm forte presença de filiados às entidades lobistas
(72,09% entre os gestores efetivos, 71,9% entre os deputados,
66,7% entre os senadores).
Dos parlamentares, 39,66%
admitiram ter atuado para
"transformar em proposição
legislativa" matéria de interesse da entidade. Dos 120 pesquisados, 119 são favoráveis à regulamentação do lobby no país.
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