São Paulo, segunda, 30 de novembro de 1998

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BALANÇO
Presidente da Câmara foi o terceiro candidato mais votado no Estado de São Paulo para deputado federal
Michel Temer gasta R$ 2,43 por voto

da Reportagem Local

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), foi o candidato que recebeu o maior volume de doações entre os deputados federais mais votados por coligação na disputa de 4 de outubro em São Paulo.
O peemedebista arrecadou o equivalente a R$ 2,43 por cada um dos 206.154 votos que lhe garantiram a reeleição.
Os dados fazem parte da prestação de contas entregue pelos partidos ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, conforme determina a legislação eleitoral.
Temer foi o terceiro deputado mais votado entre os candidatos que disputaram a eleição pelas principais coligações partidárias, atrás de José Genoino (PT) e de Rubens Furlan (PFL).
Segundo o PMDB, Temer obteve R$ 500.000,01, aproximadamente 3,4 vezes o valor adquirido por Genoino, primeiro colocado na disputa por uma vaga na Câmara, que arrecadou R$ 149.085,83.
A diferença é ainda maior quando a comparação é feita com Luiza Erundina (PSB), quinta candidata mais votada entre os integrantes das principais coligações.
De acordo com a prestação de contas apresentada pela ex-prefeita de São Paulo, os recursos de sua campanha equivalem a quase um décimo do valor contabilizado por Temer.
Erundina arrecadou R$ 53 mil, a menor quantia entre os cinco deputados relacionados.
O valor adquirido pela campanha do peemedebista também supera o declarado pelo candidato do PFL, Rubens Furlan, o segundo mais votado.
A documentação enviada ao TRE indica que o peefelista declarou ao tribunal arrecadação de R$ 478.129, a segunda maior entre os cinco candidatos.

Doadores
O presidente da Câmara e Furlan foram os beneficiados com as maiores doações isoladas de empresas -R$ 100 mil.
A quantia foi dada a Temer pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Furlan, pela empresa Filial Topografia.
Entre os doadores de Furlan, ainda destaca-se Reynaldo de Barros Filho (PPB), deputado estadual eleito e filho do ex-secretário municipal Reynaldo de Barros (Serviços e Obras e Vias Públicas), que colaborou com R$ 30.629.
A contribuição das duas empresas ao PMDB e ao PFL só foi superada pela doação feita pelo petebista Celso Giglio à sua própria campanha. Como seu único doador, Giglio fez 17 contribuições, que variaram de R$ 0,16 a R$ 76 mil e somaram R$ 146.269,08.
Tanto no caso de Genoino como no de Giglio, parte das quantias arrecadas vieram da realização de jantares de "confraternização" ou de "adesão".
Dos R$ 474.769,08 gastos durante a eleição do petebista, R$ 328.500, o equivalente a aproximadamente 69%, foram adquiridos dessa forma.
Na campanha petista, a venda de convites para um jantar no restaurante Fasano, um dos mais caros de São Paulo, permitiu a arrecadação de R$ 7.050 (4,7%) de uma verba total de R$ 149.085,83.
Entre os principais contribuintes de Genoino estão a Bolsa de Valores de São Paulo e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), com doações de R$ 10 mil cada.
A BM&F também aparece como colaboradora de Temer, mas com uma doação mais de três vezes superior à do petista - R$ 35 mil.
Na campanha de Luiza Erundina, a maior participação coube à Contexto Propaganda, com R$ 20 mil. Das 12 doações recebidas pela candidata, duas - em um total de R$ 1.900- constam como "não identificadas".
Segundo o TRE, caberá aos responsáveis pela análise do documento a solicitação de maiores informações a respeito dos doadores das duas quantias.

Balanço
A prestação de contas de Genoino, Furlan e Temer apresentaram diferenças de até R$ 170 entre arrecadação e despesa.
Enquanto Giglio sai da eleição com uma dívida de R$ 71.803,43, Luiza Erundina conseguiu um saldo positivo de R$ 34.878,48.



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