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Agência pressiona para indicar novo diretor
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A disputa pela diretoria-geral
da Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) começou antes
mesmo de a exoneração de
Paulo Lacerda ser publicada.
Quatro nomes disputam o cargo. Mas, para assumir, o novo
chefe da agência precisa ser sabatinado pelo Congresso, que
só retoma as atividades no dia 2
de fevereiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um mês para decidir o nome do novo diretor.
Internamente, há pressão para
que seja escolhido um funcionário da própria Abin.
"Há uma ansiedade para que
o presidente opte por um oficial de inteligência. Já foram
testados dois delegados -um
da Polícia Civil e outro da Federal- e não deu certo", afirma
Robson Vignoli, presidente da
Asbin (Associação dos Servidores da Abin). Ele se refere aos
ex-diretores Mauro Marcelo e
Paulo Lacerda.
Na lista de preferência dos
servidores estão os oficiais Luiz
Alberto Salaberry, diretor de
Inteligência Estratégica, e Ronaldo Belham, diretor da Divisão de Pessoal. Os dois são
oriundos do SNI (Serviço Nacional de Informações). Belham, contudo, representa uma
ala ligada a militares, e Salaberry teria falhado ao não antever as vaias contra Lula na
abertura dos Jogos Pan-Americanos do ano passado.
Também oficial de inteligência, Wilson Trezza, que desde o
afastamento de Lacerda ocupa
interinamente a direção-geral
da agência, não deve ser efetivado. Pesa contra o secretário
de Planejamento e Orçamento
da Abin o fato de ele já ter trabalhado em fundação da Brasil
Telecom durante a gestão do
banqueiro Daniel Dantas.
Apoio de Felix
Outro nome cotado pelo Palácio do Planalto é o do atual secretário-adjunto de Acompanhamento e Estudos Institucionais do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), José
Antônio Macedo Soares. Embaixador de formação, há mais
de dez anos está longe de cargos
na chancelaria. Ainda assim, é
quem mais encontra resistência dentro da própria agência,
apesar de contar com a confiança e o apoio do general Jorge Felix, chefe do GSI.
O quarto candidato não tem
apoio do GSI, por manter relações políticas com diferentes
partidos. Filiado ao PTB e concursado da Abin, Christian
Schneider comanda hoje a Secretaria de Desenvolvimento
do Centro-Oeste do Ministério
da Integração Nacional.
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