São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agência pressiona para indicar novo diretor

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A disputa pela diretoria-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) começou antes mesmo de a exoneração de Paulo Lacerda ser publicada. Quatro nomes disputam o cargo. Mas, para assumir, o novo chefe da agência precisa ser sabatinado pelo Congresso, que só retoma as atividades no dia 2 de fevereiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um mês para decidir o nome do novo diretor. Internamente, há pressão para que seja escolhido um funcionário da própria Abin.
"Há uma ansiedade para que o presidente opte por um oficial de inteligência. Já foram testados dois delegados -um da Polícia Civil e outro da Federal- e não deu certo", afirma Robson Vignoli, presidente da Asbin (Associação dos Servidores da Abin). Ele se refere aos ex-diretores Mauro Marcelo e Paulo Lacerda.
Na lista de preferência dos servidores estão os oficiais Luiz Alberto Salaberry, diretor de Inteligência Estratégica, e Ronaldo Belham, diretor da Divisão de Pessoal. Os dois são oriundos do SNI (Serviço Nacional de Informações). Belham, contudo, representa uma ala ligada a militares, e Salaberry teria falhado ao não antever as vaias contra Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos do ano passado.
Também oficial de inteligência, Wilson Trezza, que desde o afastamento de Lacerda ocupa interinamente a direção-geral da agência, não deve ser efetivado. Pesa contra o secretário de Planejamento e Orçamento da Abin o fato de ele já ter trabalhado em fundação da Brasil Telecom durante a gestão do banqueiro Daniel Dantas.

Apoio de Felix
Outro nome cotado pelo Palácio do Planalto é o do atual secretário-adjunto de Acompanhamento e Estudos Institucionais do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), José Antônio Macedo Soares. Embaixador de formação, há mais de dez anos está longe de cargos na chancelaria. Ainda assim, é quem mais encontra resistência dentro da própria agência, apesar de contar com a confiança e o apoio do general Jorge Felix, chefe do GSI.
O quarto candidato não tem apoio do GSI, por manter relações políticas com diferentes partidos. Filiado ao PTB e concursado da Abin, Christian Schneider comanda hoje a Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste do Ministério da Integração Nacional.


Texto Anterior: Promessa: Lula disse que delegado poderia voltar se quisesse
Próximo Texto: Saiba mais: Agentes não podem atuar como policiais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.