São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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Promessas de governos vão ser conferidas

DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

Os compromissos assumidos com tanta facilidade pelos governos nacionais em reuniões internacionais passarão a ser monitorados por uma força-tarefa criada pelo Fórum Econômico Mundial.
O grupo elaborará e divulgará periodicamente o Relatório de Governança Global, que avaliará "os esforços de governos, organizações intragovernamentais e atores não-estatais em enfrentar problemas que vão de pobreza a doenças, de degradação ambiental a conflitos armados", conforme o comunicado da força-tarefa.
Será um tipo de ranking que avaliará o desempenho de todos esses atores em dez áreas: pobreza, desigualdade, saúde e doenças, degradação ambiental, crime internacional, conflitos armados, direitos humanos, educação, acesso à tecnologia e gerenciamento econômico.
O ranking servirá, por exemplo, para avaliar o desempenho de governos que se comprometem, com muita facilidade, a cumprir metas que, depois, são abandonadas ou relaxadas com a mesma facilidade.
Tome-se o caso da pobreza. Já na Cúpula Social de Copenhague (1995), os governantes do mundo haviam se comprometido a reduzir à metade, até 2015, o número de pessoas vivendo em pobreza absoluta. Na Cúpula do Milênio (setembro passado), reafirmaram o compromisso.
No entanto, "é difícil ver como tal meta possa ser alcançada nas atuais condições", diz o comunicado de lançamento do Relatório de Governança Global.
De fato, o nível de pobreza absoluta no planeta caiu apenas de 28% para 24% entre 1987 e 1998.
O comitê executivo é composto, além de dirigentes do Fórum, por representantes de ONGs, do mundo sindical, empresarial e acadêmico. A relatora é Ann Florini, do Instituto Carnegie para a Paz Mundial (EUA). (CR)


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