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OPERAÇÃO ANACONDA
Polícia vai investigar denúncias
Rocha Mattos acusa delegados e agentes da PF de irregularidades
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal João Carlos da
Rocha Mattos, que está preso sob
a acusação de vender sentenças
judiciais, acusou ontem delegados e agentes da Polícia Federal da
prática de irregularidades.
Após o depoimento, o superintendente da Polícia Federal em
São Paulo, Francisco Baltazar da
Silva, disse que irá instaurar inquérito na próxima segunda-feira
para investigar a veracidade das
denúncias feitas pelo juiz.
O depoimento durou mais de
seis horas e foi acompanhado pela
procuradora da República Janice
Ascari. Segundo ela, o juiz utilizou-se do interrogatório para se
defender das acusações que lhe
são imputadas pela Operação
Anaconda. "Nada do que foi dito
chama a atenção", disse Ascari.
Ela e o superintendente da PF se
recusaram a dizer os nomes dos
policiais citados pelo juiz, sob a
alegação de que não existe nenhuma prova contra essas pessoas.
A advogada de Rocha Mattos,
Daniela Pellin, também não revelou os nomes das pessoas acusadas por seu cliente. Disse que não
estava autorizada a fazê-lo.
Ela também não revelou as situações irregulares citadas por
Rocha Mattos. Disse apenas que
são "coisas pretéritas e presentes"
e afirmou que um dos delegados
que participou da busca e apreensão realizada em 30 de outubro de
2003 pela Operação Anaconda
responde a um processo criminal.
Questionada sobre se a participação dele na operação é ilegal, a
advogada respondeu que não.
Segundo ela, o depoimento de
seu cliente versou sobre "irregularidades administrativas, fraudes e
abuso de poder" por parte de delegados e agentes da Polícia Federal. "Há provas documentais que
serão juntadas oportunamente",
disse a advogada.
Pellin disse que será "uma surpresa" quando o depoimento de
Rocha Mattos se tornar público. E
disse que o próximo depoimento
será sobre irregularidades no Judiciário, mais especificamente no
TRF (Tribunal Regional Federal)
da 3ª Região (em São Paulo) e
"nos tribunais de Brasília" [em referência ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça)].
A Folha apurou que Rocha
Mattos seguiu um roteiro que ele
próprio havia preparado anteriormente. Disse que as interceptações telefônicas da Operação
Anaconda foram ilegais.
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