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15 ANOS DEPOIS
Assessor de deputado alega que assunto foi investigado; Erundina não lembra da fita que cita seu ex-secretário
Greenhalgh diz que caso já está encerrado
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial
do PT à presidência da Câmara,
disse que o caso Lubeca está encerrado há muito tempo e que nada foi apurado contra ele depois
de várias investigações.
Em nota enviada à Folha, Luís
Costa Pinto, coordenador de comunicação da campanha de
Greenhalgh à presidência da Casa, que assina o documento, afirmou que uma cópia da fita com a
gravação da conversa foi anexada
ao inquérito que tramitava no
STF (Supremo Tribunal Federal)
e que ela não é inédita.
"Trechos dela [da fita] já foram
divulgados pelo "Jornal da Tarde"
na esteira das apurações das supostas denúncias", disse Costa
Pinto. Afirmou ainda que o inquérito "teve tramitação longa e
completa, passou por todas as
instâncias judiciais e chegou ao
Supremo Tribunal Federal, onde
foi arquivado".
O inquérito que chegou ao STF,
ao qual se refere o assessor de
Greenhalgh, tem como objeto
uma acusação por crime de calúnia contra o hoje deputado federal Ronaldo Caiado. Nesse inquérito da PF não foi investigado o
suposto crime de corrupção na
prefeitura paulistana.
Relação estremecida
A ex-prefeita de São Paulo, e hoje deputada federal, Luiza Erundina (PSB), afirmou "não recordar"
muito bem o período do caso Lubeca nem da conversa gravada.
Disse que, na época do escândalo,
afastou Greenhalgh da secretaria
dos Negócios Extraordinários
porque "a relação de confiança
estava estremecida".
"Houve investigação e nada ficou provado contra ele", disse a
ex-prefeita, que defende a candidatura de Greenhalgh para a presidência da Câmara.
A Folha apurou que Erundina
escutou a fita no mesmo dia em
que a conversa foi gravada, ao lado de outros petistas que se reuniram na casa do ex-secretário
Amir Khair (Finanças) na noite
de 28 de outubro. A demissão de
Greenhalgh ocorreu menos de
uma semana depois.
"Não sei [sobre a reunião]. Eu
não tenho mais o que falar sobre
isso. Foi uma coisa muito complicada. Converse com o José Eduardo [Cardozo, ex-presidente da comissão da prefeitura]."
Cardozo, hoje deputado federal
e um dos articuladores da campanha de Greenhalgh na Câmara,
também é citado como um dos
participantes daquela reunião.
"Eu investiguei esse caso e tenho certeza de que não havia nada contra o Greenhalgh. Houve
uma grande especulação da imprensa e é muito injusto que isso
retorne nesse momento em que
Greenhalgh é candidato."
Questionado sobre a participação dele na reunião na casa de
Khair, respondeu: "Não tenho
mais nada a declarar".
Procurado pela Folha, o advogado Eduardo Carnelós não quis
dar declarações. Em nota enviada
à Folha, disse não ter mais nada a
falar sobre o caso. "Passados mais
de quinze anos, nada mais tenho a
dizer sobre o assunto, até porque,
desde maio de 1993, não sou mais
formalmente filiado a partido político, sendo que já em 1990 deixei
a militância político-partidária."
A reportagem da Folha enviou
um e-mail na última sexta-feira
com perguntas sobre o caso Lubeca para a assessoria de imprensa
da Presidência da República. A
assessoria confirmou o recebimento da mensagem, mas não
respondeu até a noite de ontem.
Após ser informada sobre o assunto, também na sexta, a assessoria de Paulo Okamoto informou que não conseguiu localizar
o diretor-presidente do Sebrae.
O ministro Luiz Gushiken, por
sua vez, disse por meio de sua assessoria não se recordar do caso
nem de Ferraz Filho.
(LC)
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