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PREVIDÊNCIA
Corretora culpa gestão dos fundos por perdas
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Investigado por perdas causadas a fundos de pensão patrocinados por estatais, Cezar Sassoun,
sócio da corretora Laeta, disse ontem à CPI dos Correios que a responsabilidade por essas operações financeiras é dos gestores
dessas entidades de previdência.
Relatório preliminar da sub-relatoria de fundos de pensão da
CPI apontou perda de R$ 55,3 milhões de 14 entidades de previdência, nos últimos cinco anos, em
operações com a Laeta na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros). Elas estariam concentradas
sobretudo na Prece, entidade de
previdência da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto
do Rio de Janeiro), e no Sistel
(empresas de telefonia).
"A responsabilidade é dos gestores dos fundos, a Laeta não dá
ordens aos fundos. O senhor precisa perguntar aos gestores porque eles deram aquelas ordens
naqueles dias. Mesmo que eu
ache as ordens catastróficas, eu tenho que obedecer", disse Sassoun
ao sub-relator, deputado Antônio
Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
"Ele compromete de forma categórica os gestores dos fundos. O
impasse está criado porque os
gestores culpam as corretoras pela alocação dos recursos. Acho
suspeitas as sucessivas operações
negativas feitas pelas Laeta, não
vejo como a corretora esteja de
forma inocente nessa questão",
disse ACM Neto.
Sassoun negou as acusações de
lavagem de dinheiro e de transferência de recursos para terceiros
de forma irregular, presentes em
relatório da CVM (Comissão de
Valores Mobiliários), que é o órgão regulador do mercado. "Isso
está sob sigilo, não deveria estar
aqui. O senhor está agindo como
fiscal da CVM", disse o sócio da
Laeta. "Quem decide o que deve
estar aqui sou eu", rebateu o sub-relator de fundos de pensão.
Sassoun negou ainda que Lúcio
Bolonha Funaro, tido como doleiro e suspeito de lavagem de dinheiro, seja sócio oculto da Laeta.
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