São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Painel

SILVIO NAVARRO (interino) - painel@uol.com.br

Batalha naval

As negociações entre o PSB e o PT paulista por uma aliança para disputar o governo de São Paulo passam por uma zona de atrito entre as duas siglas: o controle do porto de Santos. Desde 2007, quando Lula criou a Secretaria Especial de Portos, a qual deixou sob o comando do PSB, o PT perdeu espaço em Santos.
Com status de ministro, o responsável pela pasta, Pedro Brito, foi sub de Ciro Gomes (PSB) na Integração Nacional. Antes de embarcar na política, Brito fez carreira no banco Fibra, da família do vice-presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch (CSN), por sua vez um dos principais entusiastas da candidatura de Paulo Skaf (PSB) ao Palácio dos Bandeirantes.




Laços. Cargo-chave no porto, a diretoria de Administração e Finanças deixou de ser ocupada pelo PT para abrigar o executivo Alencar Costa, também ligado a Steinbruch.

Memória. O PT havia ampliado seu espaço no porto de Santos depois do escândalo do mensalão, em 2005, quando o PR perdeu seu naco por conta do envolvimento do deputado Valdemar Costa Neto.

Fala mansa. Aliados do prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmam que já não se percebe mais a tradicional resistência dele à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo de São Paulo.

Cofrinho. O PT do Acre, dos irmãos Jorge e Tião Viana, organizou baile, feijoada e venda de bônus (de até R$ 2.500) para arrecadar fundos destinados a quitar dívida de R$ 70 mil do diretório local.

Anéis e dedos. A cúpula da campanha de Dilma Rousseff tem afirmado reservadamente que a regra sobre a participação da ministra nos Estados onde haverá mais de um palanque aliado não se aplicará às aparições de Lula.

Paralelos. O comando do PMDB diz que o histórico de votos não é critério para a escolha do vice de Dilma, mas alguém fez a conta: Michel Temer (SP) teve 99 mil votos na eleição de deputado em 2006. Hélio Costa (PMDB-MG), em 2002, obteve pouco mais de 3,5 mi ao Senado.

Plataformas. Nas conversas com os aliados PDT e PC do B, o governo tratou de amarrar o apoio à conferência das centrais sindicais, convocada para junho. No encontro, sindicalistas apresentarão um documento com propostas de governo -que esperam ser encampadas por Dilma.

Festa. O PT quer limitar as discussões burocráticas aos dois primeiros dias do congresso do partido, que começa em 18 de fevereiro. A ideia é deixar caminho livre para que o sábado seja inteiramente dedicado à aclamação de Dilma, com os aliados presentes.

Diplomacia. O governo despachou dois funcionários, um da Casa Civil e um da assessoria internacional, para a Nicarágua. O objetivo é tentar avançar as negociações para que o Brasil financie uma hidrelétrica no país, onde cortes de energia são frequentes.

Independência. Causou pânico nas subsidiárias da Eletrobras o movimento da empresa para fortalecer sua marca, rumo à internacionalização dos negócios. Feudos peemedebistas temem perder autonomia com o processo.

Abacaxi. Depois de administrar a escalada de críticas ao Plano Nacional de Direitos Humanos, o governo está prestes a comprar novas brigas, desta vez com o setor privado de telefonia. A razão é o Plano Nacional de Banda Larga, que deve dar superpoderes a estatais. A reunião de ministros da área com Lula está marcada para o dia 10.

Em pauta. Além do pré-sal, dois assuntos devem acirrar os ânimos do Senado até junho: a Lei das Licitações e o projeto que reformula o Cade.

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

O Ciro tem 13% do eleitorado nacional, e não é o PT, que disputou todas as eleições, que vai decidir o que o PSB deve fazer.

Do deputado BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS), sobre a pressão do PT para que Ciro Gomes não dispute a eleição presidencial.

Contraponto

Homem do tempo

Secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos (DEM) discursava durante evento da Associação Comercial de São Paulo, no bairro de Santo Amaro (zona sul), na quinta-feira. Diante da agitação dos convidados pelo atraso do governador José Serra (PSDB), Afif teve de explicar:
-O governador quase não chegou por falta de teto. Mas, ainda bem, agora abriu!
Com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) ao lado, ele não perdeu a piada:
-Então vou correr, porque vocês sabem... Onde tem Kassab, São Pedro manda chuva!


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