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Para ajudar Dilma, Lula dá R$ 1 bi para saúde
Investimento na instalação de 500 UPAs pelo país é aposta petista para se contrapor à gestão de Serra como ministro da pasta
Uma das principais vitrines da gestão de Cabral (PMDB) no Rio, Unidades de Pronto Atendimento ajudaram a eleger Eduardo Paes prefeito
RAPHAEL GOMIDE
CAIO BARRETTO BRISO
DA SUCURSAL DO RIO
Para criar um projeto de saúde a ser explorado na campanha da pré-candidata Dilma
Rousseff à Presidência, o governo federal investe R$ 1 bilhão
em 500 unidades da UPA (Unidades de Pronto Atendimento),
contêineres equipados como
postos de saúde que, após superexposição na TV, ajudaram a
eleger Eduardo Paes (PMDB)
prefeito do Rio em 2008.
A gestão de Lula vai investir
R$ 990 milhões nas unidades,
espalhadas por todos os Estados -à exceção do Amapá. Trata-se da principal aposta petista para se contrapor à gestão do
ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), provável rival de
Dilma na disputa sucessória.
O montante é a soma dos
R$ 600 milhões aplicados em
2009 com os R$ 390 milhões
previstos para 2010. Há 290
UPAs com recursos federais em
instalação no país. A execução
das obras é responsabilidade de
Estados e municípios. Até hoje,
apenas nove estão inauguradas
e operando.
O governo do Rio também
pretende abrir em seis meses
quase o mesmo número de
UPAs que abriu em três anos.
Depois de inaugurar 24 unidades até 2009 (quatro em 2007,
16 em 2008 e quatro em 2009),
vai implantar mais 21 unidades
neste ano eleitoral.
Todas devem estar prontas
até julho, prazo-limite de inaugurações por conta do pleito. As
UPAs -ao lado da chamada
"pacificação" de morros do
Rio- serão a bandeira da tentativa de reeleição do governador
Sérgio Cabral (PMDB), que tem
o apoio de Lula.
Parceria
O Rio é um dos principais
parceiros do pacote bilionário
federal, recebendo R$ 223 milhões -mais de um quinto do
total nacional. Uma das unidades foi entregue na última segunda-feira, em São Gonçalo
(região metropolitana do Rio),
ao custo de R$ 3,7 milhões.
Presente na ocasião, o ministro José Gomes Temporão
(Saúde) anunciou que vai "expandir para o Brasil todo" o
modelo aplicado no Rio. "Nossa
meta é colocar em funcionamento até o final do ano 500
UPAs em todo o Brasil. Trezentas já estão autorizadas e grande parte delas, em construção."
De acordo com ele, as UPAs
irão qualificar o sistema de saúde e resolver o deficit de atendimento, principalmente nas regiões metropolitanas do país.
A favor do modelo, o principal dado é a estatística do Rio,
apontando que 99,4% dos casos
atendidos foram resolvidos nas
unidades -só 0,6% (24.269)
dos 3,94 milhões de pacientes
atendidos precisaram ser removidos para hospitais.
Para Temporão, ao lado do
Programa de Saúde da Família,
do Samu e de hospitais de referência, as UPAs pretendem
"acabar com aquela cena triste
de filas intermináveis, ao relento, sem acolhimento, com desconforto, colocando em risco a
saúde da população".
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio afirma que o resultado desafogou em 30% a procura pelas emergências de hospitais públicos.
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