CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu último dia como governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) fez uma minimaratona de inaugurações e ouviu cobranças da população.
Hoje, o tucano transmite o cargo para seu vice, Cláudio Lembo (PFL), e, a partir de segunda-feira, passa a se dedicar exclusivamente à pré-campanha à Presidência. Ontem à noite, o presidente da Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia (PFL), leu a carta de renúncia do governador.
O PT planeja espalhar hoje, nos arredores da Assembléia, 69 faixas com o nome das CPIs contra o governo do tucano que não foram aprovadas pelo Legislativo.
Alckmin começou o dia inaugurando a estação Imigrantes do metrô. Depois, foi para o Jardim Ângela, zona sul, entregar restaurante popular. De lá, partiu para Parelheiros, extremo sul da cidade, onde cerca de 100 pessoas o aguardavam para a assinatura de autorização para as obras de instalação de uma rede de esgoto.
Quando o governador começou a falar sobre a obra, foi interrompido por Edmilson Ricardo, 42, morador do bairro: "Há quatro anos, quando o senhor veio aqui e era candidato a governador, disse que o esgoto era prioridade, mas isso não aconteceu".
Alckmin respondeu que para fazer a obra é necessário dinheiro. E utilizou uma expressão de sua terra para dizer que não faltarão recursos. "Como dizemos em Pindamonhangaba, é "macuco no borná", isto é, está garantido."
Logo em seguida foi a vez de uma dona-de-casa reclamar que a água da Sabesp no bairro está "muito suja", com muito ferro.
Em entrevista, Alckmin disse que encarou as cobranças com naturalidade. "Isso é assim mesmo. Esta é a beleza da democracia", declarou o tucano.
"Aliás, a gente precisa aprender a conviver com a crítica. A crítica é ao que você representa e ela ajuda a corrigir", completou.
Leia a íntegra da carta de renúncia ao presidente da Assembléia:
 
"São Paulo, 30 de março de 2006
Senhor Presidente,
Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência minha decisão de candidatar-me a cargo eletivo, no próximo pleito de 1º de outubro deste ano.
Por esse motivo, tendo em vista o que dispõe o parágrafo 6º do artigo 14 da Constituição Federal, solicito seja dado conhecimento à augusta Assembléia Legislativa de que me afasto definitivamente do cargo de Governador do Estado no dia 31 de março de 2006, desicompatibilizando-me no prazo previsto naquele dispositivo constitucional.
Apresento a Vossa Excelência, bem como a todos os nobres Deputados, os protestos do meu respeito e alta consideração.
Geraldo Alckmin
Governador do Estado".


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