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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
Depois de reunião com secretariado, quando anunciará alterações, prefeito dará justificativa pública para seu lançamento ao governo do Estado
Serra deixa cargo hoje para se candidatar
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), reúne hoje sua
equipe para se despedir e apresentar as alterações em seu secretariado. Nela, ele deverá transmitir o cargo ao vice-prefeito, Gilberto Kassab (PFL).
Depois do encontro, programado para a tarde, o prefeito deverá
conceder uma entrevista em que
justificará a decisão de concorrer
ao governo do Estado. A expectativa é que ele envie sua carta de renúncia à Câmara Municipal depois da reunião.
Segundo tucanos, o prefeito se
esforça para minimizar o impacto
da renúncia sobre sua candidatura ao governo. Daí, a decisão de
manter o secretário de Governo,
Aloysio Nunes Ferreira, no cargo.
O secretário pretendia se candidatar à Câmara dos Deputados,
mas cedeu à pressão. Além de
atuar como ponte entre Serra e os
políticos locais, Aloysio funciona
como avalista do acordo que garantiu ao PFL a prefeitura.
Outro fiador é o futuro secretário de Subprefeituras, Andrea
Matarazzo. Como os dois são
muito ligados ao prefeito, sua presença em cargos de relevância serviria para neutralizar a idéia de
abandono, dando maior segurança a Serra. Os dois têm bom relacionamento com Kassab. O vice-prefeito chegou a defender a permanência de Aloysio no cargo.
Também para passar a imagem
de que a prefeitura está sob comando do PSDB, o subprefeito de
Pinheiros, Antônio Marsiglia Neto, assumirá a pasta de Serviços,
hoje a cargo de Matarazzo.
O secretário-adjunto de Aloysio, Alexandre Schneider, deverá
ser anunciado para a Educação.
Ontem, Serra reuniu-se com a
executiva estadual do PSDB para
traçar a forma de sua saída. Os tucanos chegaram a propor que ele
concedesse uma entrevista na sede do partido, a exemplo do
anúncio da candidatura Alckmin,
mas ele não quer nenhum ato público, prefere uma saída discreta.
Também foi dito pela executiva
estadual que na segunda-feira haverá uma reunião com todos os
pré-candidatos do partido ao governo de São Paulo para comunicar que não haverá prévia.
Vitória fácil
Em turnê de promoção de seu
livro de memórias, "O Presidente
Acidental" nos EUA, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso previu uma "eleição fácil" para
Serra ao governo de São Paulo.
Além disso, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está perdendo o respeito do eleitorado, ainda que mantenha alto nível de popularidade. Em privado,
FHC avalia que as eleições serão
"plebiscitárias", favorecendo
Alckmin. "Serra terá uma eleição
relativamente fácil em São Paulo,
e o Aécio Neves também em Minas", disse o ex-presidente a um
público de cerca de cem diplomatas, autoridades e empresários em
Washington. Sem ser questionado, FHC também comentou a
quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa: "É pior que corrupção, é inaceitável, é autoritarismo e não pode continuar".
Segundo ele, a queda de Antonio Palocci tem um efeito negativo duplo, tanto pela gravidade das
acusações como pela perda do
nome que fiava a confiança financeira no governo. "Guido Mantega não tem o mesmo significado."
Para ele, a queda de Palocci pode atrapalhar a reeleição de Lula.
"A capacidade do PSDB de influenciar nos grandes centros é
enorme e o apoio ao governo Lula
foi se retraindo para os grotões.
O empresariado e o setor financeiro ainda tinham o governo em
consideração positiva, mas o elo
que havia entre o governo e os
setores mais modernos do Brasil
se quebrou."
Colaborou LEILA SUWWAN,
em Washington
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