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Em artigo, Lula diz que álcool não trará fome
DA REDAÇÃO
Sem citar Fidel Castro,
Lula discordou ontem, em
artigo no "Washington
Post", da tese de que a produção de álcool combustível em larga escala aumentaria a fome no mundo.
"A cana-de-açúcar não
ameaça a produção de comida. Menos de um quinto
dos 340 milhões de hectares aráveis do Brasil são
usados para cana. Só 1%,
ou 3 milhões de hectares, é
usado para plantar cana
para álcool", escreveu.
Em artigo publicado anteontem no jornal cubano
"Granma", Fidel escreveu
que "terras separadas para
produzir álcool podem ser
muito mais úteis na produção de alimentos".
Embora seu artigo gire
em torno da parceria entre
Brasil e EUA para incentivar a produção de biocombustível no mundo, Lula
critica o protecionismo
americano e diz que ele,
sim, pode gerar fome.
"[O sucesso da parceria]
só será alcançado se o comércio de biocombustíveis não estiver ameaçado
por políticas protecionistas. Os subsídios ao programa de álcool baseado
em milho geraram aumento de cerca de 80% nos
preços do cereal americano. Isso fere os produtores
de carne e soja no mundo
todo e ameaça a segurança
alimentar global."
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