São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

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Petistas de BH aprovam por 85% a aliança com o PSDB

Proposta do prefeito Fernando Pimentel derrota chapa pró-candidatura própria

Insatisfações de alas ligadas aos ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias podem pesar na decisão final da Executiva Nacional do PT


ALIANÇA EM BH O deputado estadual Roberto Carvalho (PT) e sua mãe, Mirian, 84, votam a favor da aliança eleitoral entre PT e PSDB, que foi aprovada por petistas, com cerca de 85% dos votos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os filiados do PT de Belo Horizonte aprovaram ontem, com cerca de 85% dos votos, a proposta do prefeito Fernando Pimentel de aliança com o PSDB do governador Aécio Neves.
No próximo domingo, os 435 delegados eleitos ontem oficializarão o resultado. Será uma homologação apenas, pois a maioria dos delegados indicados para o encontro municipal é da chapa vitoriosa. Assim sendo, está consolidada no PT-BH a aliança com Aécio, que terá como candidato a prefeito um nome neutro, do PSB.
A empreitada do prefeito continua amanhã, quando ele irá a Brasília para explicar seu projeto à Executiva Nacional do PT e ao presidente Lula.
Nos bastidores, conforme apurou a Folha, Pimentel diz que sua ida a Brasília será para "pagamento de pedágios" -vai apenas cumprir formalidades, porque acredita que o resultado de ontem tem bastante força para impedir mudanças.
Mas as insatisfações das alas dos ministros petistas Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) podem pesar na decisão da Executiva Nacional do PT, especialmente em momento de novo acirramento político entre governo e PSDB, agora por conta do caso dos cartões corporativos.
Os ministros e seus aliados não participaram da votação de ontem, descontentes com a "falta de diálogo" em torno de questões programáticas e a imposição do nome para ser o candidato a prefeito, o secretário de Desenvolvimento Econômico do governo de Minas, Márcio Lacerda (PSB).
Patrus, Dulci e mais 34 pessoas, entre elas deputados e vereadores, divulgaram documento com os motivos que os levaram a ficar de fora do processo. Patrus, que antes queria um candidato petista, cedeu à aliança com o PSDB e o PSB, mas insiste em participar da discussão do nome do candidato. Pimentel não aceita.
No documento, eles afirmam que não questionam a aliança, mas "os métodos e procedimentos adotados".
A chapa do prefeito de Belo Horizonte derrotou a do ex-deputado Rogério Correia, que defendia candidatura própria. A chapa obteve cerca de 15% dos votos. Votaram 2.453 filiados, de um total aproximado de 4.000 aptos a votar.


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