São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

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Rejeição cai, mas Congresso permanece mal avaliado

Datafolha mostra que 33% acham desempenho de deputados e senadores ruim ou péssimo, ante 39% da pesquisa anterior

Falta de casos de corrupção generalizada envolvendo congressistas nos últimos 30 dias ajuda a amenizar imagem da instituição


FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional registrou uma pequena queda na sua rejeição, mas continua mal avaliado pelos brasileiros. Segundo pesquisa Datafolha, hoje 33% consideram o desempenho de deputados e de senadores ruim ou péssimo. Há um mês, o percentual era de 39%.
Essa queda foi além da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Mas não se pode afirmar que há uma tendência de melhora da imagem do Congresso.
Em grande parte dos últimos dez anos, a rejeição de deputados e de senadores flutuou na faixa de 30% a 40%. Se ocorre algum escândalo mais rumoroso, essa média aumenta -como em 2009, quando surgiu a farra das passagens aéreas e o mau uso de verbas indenizatórias.
O mesmo comportamento se aplica aos poucos que aprovam o desempenho do Congresso, considerando bom ou ótimo o trabalho de deputados e de senadores. Desde 2004, a taxa de aprovação varia de 11% a 19%. Agora, está em 16%.
Não há na pesquisa Datafolha uma indicação da razão da pequena queda na taxa de rejeição. Mas o fato de não ter ocorrido nenhum caso de corrupção generalizada no Congresso nos últimos 30 dias ajuda a esfriar um pouco a imagem negativa da instituição.
Quando se observa o resultado estratificado, é possível identificar quais grupos têm uma avaliação mais condescendente dos congressistas.
Na região Sul, que costuma ter os eleitores mais politizados do país, uma surpresa. A taxa dos que consideram o desempenho do Congresso ruim ou péssimo caiu dez pontos de fevereiro para cá -a rejeição era de 47% e recuou para 37% entre gaúchos, catarinenses e paranaenses. É a região na qual hoje o pré-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, tem seu melhor desempenho.
Mas é no Nordeste que o Congresso tem sua menor rejeição, 26%. É entre os eleitores nordestinos que o presidente Lula atinge um nível de popularidade mais alto e onde a pré-candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, tem sua maior taxa na intenção de votos.


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