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ELEIÇÕES 2006 / MÁQUINA PÚBLICA
Lula deve gastar R$ 3,5 bi com reajustes
Gasto extra beneficiará mais de 1,3 milhão de servidores do Executivo; ontem saiu 1ª medida provisória, para 7 categorias
Ontem, governo disse ser inviável atender na íntegra pedido de reajuste feito pelo Judiciário, que representaria um investimento de R$ 5 bi
SHEILA D'AMORIM
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em ano eleitoral, a gestão do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva elaborou pacote de aumento para o funcionalismo
público, que deve representar
gasto extra na folha de pessoal
da União de R$ 3,5 bilhões, beneficiando mais de 1,3 milhão
de servidores do Executivo, entre funcionários civis e militares na ativa e aposentados.
Ontem saiu a primeira medida provisória, que beneficiou
sete categorias: funcionários do
Banco Central (10%), docentes
do ensino superior (50%, em
média), docentes de primeiro e
segundo graus (12%), fiscais federais agropecuários e cargos
de apoio à fiscalização agropecuária (20%), funcionários de
Ciência e Tecnologia (15%) e
servidores do Departamento
Nacional de Auditoria do SUS
(5%, em gratificação).
Ao todo, só por essa medida,
serão beneficiados 160 mil funcionários, sob impacto de R$
1,4 bilhão neste ano e R$ 1,6 bilhão em 2007. Além dessa MP,
outras cinco devem ser editadas nos próximos dias, o que vai
representar o mais amplo aumento de salários dos servidores no mandato petista.
A área econômica já encaminhou à Casa Civil o texto de
uma MP reajustando salário de
mais 220 mil funcionários da
área de seguridade social, que
inclui técnicos dos ministérios
do Trabalho, Saúde e Previdência. O texto, em análise, poderá
ser divulgado nesta semana.
O objetivo é permitir que cada servidor federal receba um
reajuste de pelo menos 29%
acumulado ao longo dos quatro
anos do mandato de Lula, equivalente à expectativa de inflação acumulada no período.
Judiciário
Ontem, durante negociação
com representantes do Legislativo e Judiciário, o governo informou que é inviável atender
na íntegra o pedido de reajuste
do Judiciário, que representaria um investimento de R$ 5 bilhões. Nem os R$ 660 milhões
previstos no Orçamento o governo acha possível atender.
Estudo do Planejamento revela que, confirmadas as negociações previstas, poderá haver
um aumento perto de 45% nos
gastos com o funcionalismo entre o último ano do governo
FHC, em 2002, e o último ano
do atual mandato petista.
As despesas devem passar de
R$ 75 bilhões para cerca de R$
108 bilhões nesses cinco anos,
impulsionadas por dois fatores:
uma política de aumentos de
salários e também o crescimento do número de funcionários.
Plano unificado
Em reunião ontem, Lula, os
ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega
(Fazenda) e os presidentes Aldo Rebelo (Câmara), Renan Calheiros (Senado) e Ellen Gracie
(Supremo Tribunal Federal)
decidiram formar um grupo de
trabalho para discutir um plano de cargos e salários único a
todos os servidores federais. A
idéia seria reduzir as disparidades de salários.
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