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Lago reconhece voz de sobrinhos em grampos da polícia
Governador do Maranhão nega ao STJ envolvimento no caso Navalha e classifica como "triste" participação de familiares
Teotônio Vilela (AL) nega parte no esquema e afirma que cinco funcionários de seu governo envolvidos no caso já foram exonerados
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os governadores Jackson Lago (PDT-MA) e Teotônio Vilela
Filho (PSDB-AL) negaram ontem à ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana
Calmon envolvimento no esquema de corrupção em licitações revelado pela Polícia Federal com a Operação Navalha.
Lago admitiu, entretanto, a
existência de irregularidades
"que precisam ser investigadas" e reconheceu a voz de dois
sobrinhos nas gravações do inquérito criminal.
Ao sair de seu depoimento, o
governador do Maranhão classificou como "profundamente
triste" a participação dos familiares. "Foi lamentável. Havendo constatação disso, espero
que, além das relações com a
Justiça, seja uma lição."
Questionado se recebeu dinheiro para beneficiar a Gautama, Lago negou: "Fui três vezes
prefeito de São Luís. Se eu tivesse amor pelo dinheiro e fosse desonesto, eu teria tido
oportunidades", disse. "Exijo
que examinem a minha vida."
Ele também disse ter apresentado a Eliana Calmon a ficha de registro do Kubitschek
Hotel, no qual teria se hospedado "clandestinamente", segundo inquérito da Polícia Federal.
E prometeu encaminhar ao
STJ seus extratos bancários e
declaração de bens "que se resumem a um apartamento,
uma casa e um carro.
O governador de Alagoas,
Teotônio Vilela Filho, também
negou qualquer envolvimento
com a máfia, mas afirmou que
não é sequer investigado na
operação da PF. "Estou aqui
apenas para contribuir com as
investigações." Segundo Teotônio, os cinco funcionários do
governo de Alagoas presos na
Operação Navalha já foram
exonerados do cargo.
Questionado sobre negociações entre ele e o ex-secretário
de infra-estrutura, Adílson Teixeira Bezerra, para o pagamento de uma "indenização" à Gautama pela obra da barragem no
rio Pratagy, o governador diz
não lembrar. "Com certeza
conversei sobre a barragem do
rio Pratagy, mas especificamente sobre isso não creio. Não
lembro, tenho que ver melhor."
Além dos governadores, o deputado distrital Pedro Passos e
o ex-procurador do Estado do
Maranhão Ulisses Martins foram ouvidos pela ministra. Ambos saíram do tribunal sem falar com a imprensa. O ex-ministro de Minas e Energia Silas
Rondeau não se pronunciou ao
sair do depoimento ontem.
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