São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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Infraero é "caixa preta", diz membro do TCU na CPI

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado, o procurador do TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Furtado, classificou a Infraero de "caixa preta" com relação ao sistema de arrecadação e repasse de verbas de três tarifas aéreas usadas para financiar a manutenção e modernização do controle de tráfego aéreo, recursos que chegariam a mais de R$ 1 bilhão ao ano.
Segundo ele, o TCU verificou que a Infraero retém verbas indevidamente e não existem regras claras sobre a divisão do dinheiro com a Aeronáutica.
"O problema maior não é o contingenciamento, é a Infraero", disse. "Não foi possível identificar o caminho das verbas milionárias, quanto é retido, repassado e o que a Infraero faz com os recursos."
A Infraero esclareceu ontem que a empresa fica com 27,33% das verbas arrecadadas e repassa à Aeronáutica 72,67% do valor total das tarifas TAM, TAT e Ataero, pagas pelas empresas aéreas. "Esta empresa possui condições de disponibilizar, desde que formalmente solicitado, acesso a dados do sistema, relativos à arrecadação das Tarifas", informou em nota.
Citando norma de 1999 que estipulava um "teto" no valor a ser retido, Furtado disse que a Infraero deixou de repassar à Aeronáutica R$ 582 milhões nos últimos seis anos. A estatal afirma que o "teto" não prosseguiu depois de 1999.
Furtado criticou a ausência de "parâmetros de preços" usados para planejar licitações de obras em aeroportos.
O procurador disse que há a impressão de que o presidente da estatal estaria "ilhado" e que o Ministério da Defesa "não passa de uma perfumaria", no que tange os orçamentos.
Ele afirmou ainda que a CGU apura a existência de cartéis na concessão de espaços em aeroportos, o que traria prejuízos de R$ 100 milhões por ano.


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