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Garotinho diz que governo Lula o persegue
Ex-governador do Rio afirma que a Polícia Federal não revistou as casas de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares
"Eles querem me difamar, me caluniar porque é ano de eleição", diz peemedebista em seu programa de rádio "Fala Garotinho", no Rio
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Embora não o tenha citado
formalmente em seu programa
de rádio ontem, o ex-governador Anthony Garotinho responsabiliza indiretamente o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) pela acusação da PF
(Polícia Federal) de que é o
chefe político de uma quadrilha
armada. Para ele, a PF agiu de
modo diferente com os ex-dirigentes petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
"Será que eles [policiais] revistaram a casa do José Dirceu,
acusado de estar envolvido com
milhões do mensalão? Será que
revistaram a casa do José Genoino, presidente do PT acusado de um monte de crimes? Será que revistaram a casa do Delúbio Soares, o tesoureiro do
PT?", perguntou aos ouvintes
do "Fala Garotinho" programa
diário transmitido pela rádio
Manchete AM do Rio.
Garotinho disse ser vítima de
perseguição política por ser
opor ao governo federal e ao
seu modelo econômico: "Eles
querem me difamar, me caluniar porque é ano de eleição",
falou, possivelmente de sua casa, na zona sul, por telefone.
Por causa da acusação e da
busca judicial ocorrida em sua
casa, Garotinho preferiu participar à distância do programa
que apresenta. Coube a sua filha mais velha, Clarissa Matheus, comandar o "Fala Garotinho". Líder da juventude do
PMDB, cujo diretório estadual
é presidido pelo pai, Clarissa
chorou durante a programação,
assim como ouvintes que participavam dos debates.
O ex-governador procurou
tranqüilizá-los, afirmando entender as motivações do que
chamou de "perseguição".
"Tenho absoluta certeza de
quem está por trás disso. Vou
esperar o momento oportuno
para dizer. Tenho a absoluta
convicção do que está por trás
disso. Quem e o quê. (...) Tenho
sido um homem ao longo da
minha vida bombardeado pelas
minhas posições. Sou nacionalista, defendo o Brasil, amo o
meu país. Eu tenho denunciado
todas as tentativas de prejudicar o nosso país, através dos
bancos, através de grandes empresas que querem sugar o sangue do nosso povo brasileiro."
Garotinho afirmou que Lula
repetiu em seu governo programas sociais que ele implantou
em Campos (sua cidade natal)
como prefeito, e no Estado do
Rio, como governador.
"Eu sou um político que defendo os pobres, os mais humildes, as pessoas mais simples.
Sempre fui assim. Fiz uma opção na minha vida pelos mais
necessitados. Por isso algumas
vezes sou até mal compreendido, sou chamado de populista,
sou chamado de demagogo. (....)
As minhas políticas públicas,
quando imitadas pelos outros...
isso não é chamado de populismo. Eu criei o Cheque Cidadão.
Aí é populismo. O Lula copiou e
criou o Bolsa Família. Aí não é
populismo. Eu criei um programa muito bonito de proteção a
criança desde que era prefeito
da cidade de Campos. Isso é populismo. Aí o Lula cria um programa para incentivar a criança. Aí não é populismo."
Garotinho rebateu a acusação de que é o chefe político de
uma quadrilha armada. "Eu
nunca peguei num revólver para dar tiro na minha vida. As
pessoas que me conhecem sabem que a única arma que eu
uso é a Bíblia", declarou.
Pelo segundo dia consecutivo, a Folha tentou falar com o
ex-governador. Anteontem,
sua assessoria informou que
ele não daria entrevista. Ontem, nem os assessores responderam aos telefonemas.
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