São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Ministro anuncia R$ 1 bi para reflorestar áreas desmatadas

Recuperação de áreas na Amazônia é forma de produtores voltarem à legalidade ambiental

Carlos Minc não disse ontem de onde virá o dinheiro para o financiamento; anúncio foi durante o Fórum de Governadores da Amazônia


JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) anunciou ontem, em Belém, a liberação de R$ 1 bilhão para produtores rurais da Amazônia reflorestarem áreas desmatadas em suas propriedades rurais. Ele não disse de onde virá o dinheiro para o financiamento.
O anúncio ocorreu durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal, no qual estavam presentes governadores de sete Estados (AC, AP, MA, MT, PA, TO e RR), além do ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas, e Ivo Cassol (sem partido), de Rondônia, não compareceram.
A recuperação das áreas desmatadas é uma forma de os proprietários voltarem à legalidade ambiental. Segundo a legislação, todo produtor pode desmatar 20% da área de sua propriedade, mas boa parte deles não cumpre essa obrigação.
"Uma coisa é você obrigar, outra é dar meios", afirmou o ministro sobre o dinheiro para recuperar as áreas devastadas.
Em sua passagem pelo Pará, depois de chegar de um encontro na Alemanha, Minc anunciou outras "boas notícias".
Entre elas, afirmou, está a criação de um fundo para a preservação da Amazônia, inaugurado por uma doação inicial de US$ 100 milhões da Noruega. O país nórdico deve fazer um depósito anual do mesmo valor nos próximos quatro anos, totalizando US$ 500 milhões. Ele não especificou como esse dinheiro será utilizado.
Minc anunciou o fundo sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou após o fórum ter começado. Depois, quando participava de um evento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Lula foi questionado se o fundo não representava uma interferência estrangeira na floresta. Disse que irá "conversar com o ministro". "Essa é uma preocupação. Daqui a pouco, o cidadão doa US$ 10 e acha que é dono da Amazônia."
Minc também voltou a falar sobre a criação de uma guarda florestal nacional, nos moldes da FNS (Força Nacional de Segurança), que tivesse ajuda e participação dos governos estaduais. A idéia foi criticada pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que disse que não vai ceder pessoal para a guarda. De acordo com Minc, no entanto, a idéia tem a anuência de Lula e do ministro Tarso Genro (Justiça).


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