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Ministro anuncia R$ 1 bi para reflorestar áreas desmatadas
Recuperação de áreas na Amazônia é forma de produtores voltarem à legalidade ambiental
Carlos Minc não disse ontem de onde virá o dinheiro para o financiamento; anúncio foi durante o Fórum de Governadores da Amazônia
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O ministro Carlos Minc
(Meio Ambiente) anunciou ontem, em Belém, a liberação de
R$ 1 bilhão para produtores rurais da Amazônia reflorestarem áreas desmatadas em suas
propriedades rurais. Ele não
disse de onde virá o dinheiro
para o financiamento.
O anúncio ocorreu durante o
Fórum de Governadores da
Amazônia Legal, no qual estavam presentes governadores de
sete Estados (AC, AP, MA, MT,
PA, TO e RR), além do ministro
Mangabeira Unger (Assuntos
Estratégicos). Eduardo Braga
(PMDB), do Amazonas, e Ivo
Cassol (sem partido), de Rondônia, não compareceram.
A recuperação das áreas desmatadas é uma forma de os
proprietários voltarem à legalidade ambiental. Segundo a legislação, todo produtor pode
desmatar 20% da área de sua
propriedade, mas boa parte deles não cumpre essa obrigação.
"Uma coisa é você obrigar,
outra é dar meios", afirmou o
ministro sobre o dinheiro para
recuperar as áreas devastadas.
Em sua passagem pelo Pará,
depois de chegar de um encontro na Alemanha, Minc anunciou outras "boas notícias".
Entre elas, afirmou, está a
criação de um fundo para a preservação da Amazônia, inaugurado por uma doação inicial de
US$ 100 milhões da Noruega. O
país nórdico deve fazer um depósito anual do mesmo valor
nos próximos quatro anos, totalizando US$ 500 milhões. Ele
não especificou como esse dinheiro será utilizado.
Minc anunciou o fundo sem a
presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que chegou após o fórum ter começado. Depois, quando participava
de um evento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Lula foi questionado se
o fundo não representava uma
interferência estrangeira na
floresta. Disse que irá "conversar com o ministro". "Essa é
uma preocupação. Daqui a pouco, o cidadão doa US$ 10 e acha
que é dono da Amazônia."
Minc também voltou a falar
sobre a criação de uma guarda
florestal nacional, nos moldes
da FNS (Força Nacional de Segurança), que tivesse ajuda e
participação dos governos estaduais. A idéia foi criticada pelo
governador de Mato Grosso,
Blairo Maggi (PR), que disse
que não vai ceder pessoal para a
guarda. De acordo com Minc,
no entanto, a idéia tem a
anuência de Lula e do ministro
Tarso Genro (Justiça).
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