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Lula deixa de ir a inaugurações em capitais
Presidente diz não querer infringir legislação eleitoral nem desagradar a líderes políticos em cidades com disputa acirrada
Logo no início de sua fala, Lula critica vaias da platéia
ao prefeito de Belém (PA), Duciomar Costa (PTB), e à governadora Ana Júlia (PT)
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sua visita a Belém ontem deve ser a última a uma capital do país para
anunciar obras até o fim das
eleições municipais deste ano.
A assessoria da Presidência não
informou quantas capitais Lula
já visitou neste ano.
"A partir de agora, vou esperar passar o processo eleitoral
para voltar, porque quero voltar e inaugurar escolas técnicas, universidades, estradas,
ferrovias, portos e aeroportos",
disse Lula, durante cerimônia
de lançamento de uma obra do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) na cidade.
Além de não querer correr o
risco de cometer ilegalidades
em relação à legislação eleitoral, há também a possibilidade
de não querer desagradar a líderes locais, ao subir em algum
palanque, especialmente em cidades onde ainda não está claro
quem o presidente apoiará.
Logo no início de sua fala, Lula criticou vaias que partiram
da platéia para o prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), e,
depois, para a governadora Ana
Júlia Carepa (PT), que estavam
no palanque. Ele disse que
aquela cerimônia era um "ato
institucional", na qual estava se
"exercitando a democracia".
Lula chegou a dizer que uma
de suas preocupações era que a
imprensa, ao relatar como tinha sido o episódio, não falasse
dos investimentos ou dos planos anunciados, e sim das vaias.
"A minha preocupação é
amanhã a imprensa, em vez de
retratar os recursos para o Estado, retratar que o pessoal do
PT vaiou o prefeito, que o pessoal do prefeito vaiou a governadora", afirmou.
O presidente também voltou
a defender a recriação da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia),
afirmando que o órgão é um
exemplo de que se deve preservar uma instituição, mesmo
quando seus membros são acusados de atos ilícitos -como
ocorreu com a instituição.
Lula defendeu a punição a
servidores que cometam irregularidades. "A gente pune a
pessoa e salva a instituição",
disse ele, que fizera discurso
parecido no BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), na semana passada, no Rio de Janeiro.
Ao final da cerimônia, antes
de seguir viagem para a Itália, o
presidente foi questionado se
as acusações ao deputado Paulo
Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho, manchavam a história do movimento sindical. Disse que não poderia responder,
pois está viajando muito e não
tem acompanhado a história.
O deputado Paulinho é suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos de
empréstimos do BNDES, desbaratado pela Operação Santa
Teresa da Polícia Federal.
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