São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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Comando decidiu "bater" em Serra

LUCIO VAZ
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comando da campanha de Ciro Gomes encarou a decisão do TSE de não censurar os ataques do tucano José Serra como uma senha de que, dentro de certos limites, é permitido bater nos adversários no horário eleitoral. E decidiu que também vai bater.
A área jurídica da campanha de Ciro recomendou aos responsáveis pela propaganda que os ataques sejam embasados em relatos de terceiros, declarações veiculadas ou publicadas pela imprensa, imagens de vídeo e fotografias. Seguindo essa fórmula, o Tribunal Superior Eleitoral não concederá o direito de resposta a Serra, segundo avaliam os advogados.
O programa de Ciro vai tentar provar principalmente a inconsistência das propostas de Serra, que pretende ser governo e oposição ao mesmo tempo. O tucano também será mostrado como alguém que nunca teve compromisso com a manutenção do Plano Real.
Na decisão de anteontem à noite, o TSE livrou Serra da perda em dobro do tempo de TV que gastou para veicular o áudio da frase em que Ciro chamou de "burro" o ouvinte de uma rádio na Bahia. Se fosse condenado, a perda estava estimada em 44 comerciais de 30 segundos e cerca de dois minutos do programa. A maioria dos ministros avaliou que a omissão da pergunta do ouvinte não distorceu os fatos nem prejudicou Ciro.
O voto de Minerva foi dado pelo presidente interino do TSE, Sepúlveda Pertence: "O episódio foi de utilização de uma cena verdadeira no contexto de um trecho do programa de crítica ao temperamento de um candidato".
O comando da campanha de Ciro também gostou da decisão do TSE de permitir que os presidenciáveis participem dos programas dos candidatos aos governos estaduais e ao Senado, desde que não peçam votos para si. Eles podem pedir votos aos aliados e dizer que participam de um projeto comum. Ciro tem palanques fortes nos Estados e vai aparecer ao lado de aliados como Antônio Britto (PPS-RS), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Álvaro Dias (PDT-PR), Jackson Lago (PDT-MA) e João Alves (PFL-SE).
As pesquisas qualitativas mostraram que já surtiram efeito as primeiras alterações no programa de Ciro. A declaração da atriz Patrícia Pillar, mulher de Ciro, foi um "estrondoso sucesso", segundo o comando da campanha.


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