|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Comando decidiu "bater" em Serra
LUCIO VAZ
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comando da campanha de Ciro Gomes encarou a decisão do
TSE de não censurar os ataques
do tucano José Serra como uma
senha de que, dentro de certos limites, é permitido bater nos adversários no horário eleitoral. E
decidiu que também vai bater.
A área jurídica da campanha de
Ciro recomendou aos responsáveis pela propaganda que os ataques sejam embasados em relatos
de terceiros, declarações veiculadas ou publicadas pela imprensa,
imagens de vídeo e fotografias.
Seguindo essa fórmula, o Tribunal Superior Eleitoral não concederá o direito de resposta a Serra,
segundo avaliam os advogados.
O programa de Ciro vai tentar
provar principalmente a inconsistência das propostas de Serra, que
pretende ser governo e oposição
ao mesmo tempo. O tucano também será mostrado como alguém
que nunca teve compromisso
com a manutenção do Plano Real.
Na decisão de anteontem à noite, o TSE livrou Serra da perda em
dobro do tempo de TV que gastou para veicular o áudio da frase
em que Ciro chamou de "burro" o
ouvinte de uma rádio na Bahia. Se
fosse condenado, a perda estava
estimada em 44 comerciais de 30
segundos e cerca de dois minutos
do programa. A maioria dos ministros avaliou que a omissão da
pergunta do ouvinte não distorceu os fatos nem prejudicou Ciro.
O voto de Minerva foi dado pelo
presidente interino do TSE, Sepúlveda Pertence: "O episódio foi
de utilização de uma cena verdadeira no contexto de um trecho
do programa de crítica ao temperamento de um candidato".
O comando da campanha de
Ciro também gostou da decisão
do TSE de permitir que os presidenciáveis participem dos programas dos candidatos aos governos estaduais e ao Senado, desde
que não peçam votos para si. Eles
podem pedir votos aos aliados e
dizer que participam de um projeto comum. Ciro tem palanques
fortes nos Estados e vai aparecer
ao lado de aliados como Antônio
Britto (PPS-RS), Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), Álvaro Dias
(PDT-PR), Jackson Lago (PDT-MA) e João Alves (PFL-SE).
As pesquisas qualitativas mostraram que já surtiram efeito as
primeiras alterações no programa
de Ciro. A declaração da atriz Patrícia Pillar, mulher de Ciro, foi
um "estrondoso sucesso", segundo o comando da campanha.
Texto Anterior: Ciro cria situação constrangedora ao falar de Patrícia Próximo Texto: Candidato espera R$ 4 mi de jantar no Rio Índice
|