São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Palocci e Ideli são cotados para presidência

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A antiga Articulação, corrente do PT que deve reunir de 45% a 51% dos delegados nacionais, negocia uma aliança para eleger o novo presidente do partido com os grupos políticos ligados à ministra Marta Suplicy (Turismo) e ao presidente da Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (SP).
O ex-ministro Antonio Palocci Filho, hoje deputado federal por São Paulo, e a líder do PT, no Senado, Ideli Salvatti (SC), são nomes que estão na mesa de negociação. Não está descartada aliança para tentar reeleger o atual presidente da sigla, Ricardo Berzoini, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes dessas correntes desejam apresentar outro candidato para concorrer à presidência do PT.
A antiga Articulação é a corrente de Lula, Palocci e de Ideli. Sempre foi a mais forte do PT. Os grupos simpáticos a Marta são o "Novo Rumo", na qual estão o deputado federal Candido Vaccarezza (SP) e o deputado estadual Rui Falcão (SP), e o PTLM (PT de Lutas e de Massas), cujo expoente é o deputado federal Jilmar Tatto (SP). Arlindo é um dos comandantes da tendência Movimento PT.
Uma aliança da antiga Articulação com essas correntes fortes em São Paulo tornaria o seu postulante favorito numa eleição direta. A aliança teria força para se contrapor ao candidato de um acordo dos grupos de esquerda do PT com os apoiadores do ministro Tarso Genro (Justiça).
No 3º Encontro do PT, que começa oficialmente hoje em São Paulo, deverá ser aprovada a antecipação do PED (Processo de Eleição Direta) para uma data no final deste ano.
Os grupos de Marta e de Arlindo propuseram à Articulação o nome de Palocci, reconhecendo que o futuro presidente do PT deva ser dessa corrente. O nome de Ideli, que não empolga os aliados de Marta e Arlindo, foi proposto por um setor da Articulação. Mas parte da Articulação prefere Palocci ou reeleger Berzoini.
Palocci tem dito que não quer ser candidato por temer que o escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa- que o derrubou do governo -volte à tona. Inquérito sobre o caso tramita no STF (Supremo Tribunal Federal). A Polícia Federal acusa Palocci de ter ordenado a quebra do sigilo. O ex-ministro nega.
Defensores da candidatura de Palocci avaliam que ele deseja ganhar tempo para eventual candidatura à presidência do PT. Ele desejaria testar seu nome na imprensa -se passará incólume pela relatoria da prorrogação da CPMF, o imposto do cheque, e pelo inquérito no STF.


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