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Palocci e Ideli são cotados para presidência
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A antiga Articulação, corrente do PT que deve reunir de
45% a 51% dos delegados nacionais, negocia uma aliança para
eleger o novo presidente do
partido com os grupos políticos
ligados à ministra Marta Suplicy (Turismo) e ao presidente
da Câmara, deputado federal
Arlindo Chinaglia (SP).
O ex-ministro Antonio Palocci Filho, hoje deputado federal por São Paulo, e a líder do
PT, no Senado, Ideli Salvatti
(SC), são nomes que estão na
mesa de negociação. Não está
descartada aliança para tentar
reeleger o atual presidente da
sigla, Ricardo Berzoini, mas o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e dirigentes dessas correntes desejam apresentar outro candidato para concorrer à
presidência do PT.
A antiga Articulação é a corrente de Lula, Palocci e de Ideli.
Sempre foi a mais forte do PT.
Os grupos simpáticos a Marta
são o "Novo Rumo", na qual estão o deputado federal Candido
Vaccarezza (SP) e o deputado
estadual Rui Falcão (SP), e o
PTLM (PT de Lutas e de Massas), cujo expoente é o deputado federal Jilmar Tatto (SP).
Arlindo é um dos comandantes
da tendência Movimento PT.
Uma aliança da antiga Articulação com essas correntes
fortes em São Paulo tornaria o
seu postulante favorito numa
eleição direta. A aliança teria
força para se contrapor ao candidato de um acordo dos grupos de esquerda do PT com os
apoiadores do ministro Tarso
Genro (Justiça).
No 3º Encontro do PT, que
começa oficialmente hoje em
São Paulo, deverá ser aprovada
a antecipação do PED (Processo de Eleição Direta) para uma
data no final deste ano.
Os grupos de Marta e de Arlindo propuseram à Articulação o nome de Palocci, reconhecendo que o futuro presidente do PT deva ser dessa corrente. O nome de Ideli, que não
empolga os aliados de Marta e
Arlindo, foi proposto por um
setor da Articulação. Mas parte
da Articulação prefere Palocci
ou reeleger Berzoini.
Palocci tem dito que não
quer ser candidato por temer
que o escândalo da quebra de
sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa- que o derrubou
do governo -volte à tona. Inquérito sobre o caso tramita no
STF (Supremo Tribunal Federal). A Polícia Federal acusa Palocci de ter ordenado a quebra
do sigilo. O ex-ministro nega.
Defensores da candidatura
de Palocci avaliam que ele deseja ganhar tempo para eventual candidatura à presidência
do PT. Ele desejaria testar seu
nome na imprensa -se passará
incólume pela relatoria da
prorrogação da CPMF, o imposto do cheque, e pelo inquérito no STF.
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