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GLOBALIZAÇÃO
Organização deve procurar ajuda federal
Com derrota do PT no Estado, Fórum Mundial busca novos financiadores
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Com a derrota do PT na disputa
estadual ao governo gaúcho e a
disposição do eleito Germano Rigotto (PMDB) de tirar seu rótulo
de evento petista, o Fórum Mundial Social de Porto Alegre deverá
ter novos financiadores em sua
terceira edição -de 23 a 28 de janeiro do ano que vem.
Os organizadores querem a ajuda do governo federal, que a partir de janeiro passa às mãos do PT,
para organizar o que consideram
o contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que reúne a nata
política e econômica do mundo
anualmente à mesma época.
Desde sua criação, há dois anos,
o evento foi dominado pelo petismo. Do ponto de vista teórico,
ainda que a organização negue,
sempre houve acusações do domínio de correntes petistas nos
debates e nos temas. Do ponto de
vista pragmático, a relação de dependência é ainda maior.
No ano passado, o governo de
Olívio Dutra (PT) no Rio Grande
do Sul desembolsou R$ 2,3 milhões no Fórum. A prefeitura,
também nas mãos do PT, investiu
R$ 818,4 mil. O retorno estimado
do evento foi de R$ 57 milhões.
O coordenador-executivo do
Fórum, Jeferson Miola, reuniu-se
ontem em São Paulo com a organização do evento. Miola representa o governo gaúcho e deve
continuar trabalhando na organização, apesar da derrota.
"É cedo para o governo federal
tratar desse assunto, e o fórum independe de governos. Mas acredito que deve haver ajuda para a
realização", disse Miola.
O que poderá ocorrer é o mesmo tipo de apoio dado pelo governo gaúcho, que investiu, por
exemplo, em aluguel, decoração
do centro de eventos da PUC-RS,
passagens e hospedagens de conferencistas e divulgação.
A expectativa é de que o FSM de
2003 receba 100 mil pessoas, contra as 60 mil deste ano. Em 2001,
com 20 mil participantes, o Estado gastou R$ 1,5 milhão. A prefeitura, outros R$ 419 mil.
O presidente da Abong (Associação Brasileira de ONGs), Sérgio Adad, diz que a realização do
FSM independe de quem esteja
no governo gaúcho.
"O fórum tem enraizamento
com as populações gaúcha e de
Porto Alegre. Não é de partido ou
governo. Estamos abertos a todos
os que queiram um novo mundo.
O importante é que respeitem a
nossa autonomia", disse ele.
O governador eleito do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto,
já se pronunciou favoravelmente
à realização do Fórum em Porto
Alegre. Considera importante
que haja a participação de correntes políticas diversas. ""O Fórum
Social poderia ser um pouquinho
mais aberto do que é."
O coordenador da Cives (Associação Brasileira de Empresários
pela Cidadania) no Estado, César
Pires, acredita em uma boa relação com o PMDB e diz não haver
vínculo com governo ou partido.
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