São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT inicia debate sobre eleições e novo comando

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT começa hoje a analisar o resultado das eleições de 2006. A Executiva Nacional da legenda discute hoje, em Brasília, como será o processo de transição para alterar a direção partidária e reavaliar os rumos do PT depois das crises de 2005 e 2006 que abalaram o papel de dirigentes petistas.
Concretamente, a Executiva tentará arrancar uma renúncia de Ricardo Berzoini, que se afastou da presidência no auge da crise do dossiê, e marcar uma reunião ampliada do diretório nacional para o final de novembro.
A Folha apurou que Berzoini não pretende renunciar. O debate sobre a presidência deve se estender até a reunião do diretório. O passo seguinte será definir a data do Congresso Nacional do PT. Até agora, o único consenso é que seja realizado no primeiro semestre de 2007.
A avaliação é que Berzoini perdeu as condições políticas para manter-se na presidência. Como ele foi eleito, só pode ser substituído se renunciar. Berzoini foi procurado ontem pela Folha, mas não retornou a ligação. A assessoria do petista não confirmou se ele estará presente na reunião da Executiva.
"As razões pelas quais o presidente Berzoini se afastou ainda não foram equacionadas", disse a deputada Maria do Rosário (RS), segunda vice-presidente.
O presidente em exercício do PT, Marco Aurélio Garcia, disse que poderia conduzir o processo de transição do PT, mas não quer estender a permanência no cargo.
Apesar da crise política, o PT obteve um resultado eleitoral positivo. Além da reeleição de Lula com mais de 58 milhões de votos, elegeu cinco governadores e a segunda maior bancada na Câmara, com 83 deputados.
"O PT ainda é uma referência histórica a social. Vamos definir um calendário de debates sobre os rumos do governo Lula, do PT, a pauta do Congresso, a nova reorganização partidária e pensar no pós-2010", disse o deputado Jilmar Tatto (SP), terceiro vice-presidente.
"O PT precisará firmar o pé mais fortemente na sua relação com os movimentos sociais", disse Romênio Pereira (MG), secretário nacional de Organização do PT. "Temos que manter o debate sobre o papel do Estado", disse Arlindo Chinaglia (SP).


Texto Anterior: Eleições 2006/Dia da Vitória: No discurso da vitória, Lula reúne velhos e novos aliados
Próximo Texto: Timóteo dá o tom em festa sem mensaleiros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.