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PT inicia debate sobre eleições e novo comando
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT começa hoje a analisar o resultado das eleições
de 2006. A Executiva Nacional da legenda discute hoje,
em Brasília, como será o processo de transição para alterar a direção partidária e reavaliar os rumos do PT depois
das crises de 2005 e 2006
que abalaram o papel de dirigentes petistas.
Concretamente, a Executiva tentará arrancar uma renúncia de Ricardo Berzoini,
que se afastou da presidência
no auge da crise do dossiê, e
marcar uma reunião ampliada do diretório nacional para
o final de novembro.
A Folha apurou que Berzoini não pretende renunciar. O debate sobre a presidência deve se estender até a
reunião do diretório. O passo
seguinte será definir a data
do Congresso Nacional do
PT. Até agora, o único consenso é que seja realizado no
primeiro semestre de 2007.
A avaliação é que Berzoini
perdeu as condições políticas para manter-se na presidência. Como ele foi eleito,
só pode ser substituído se renunciar. Berzoini foi procurado ontem pela Folha, mas
não retornou a ligação. A assessoria do petista não confirmou se ele estará presente
na reunião da Executiva.
"As razões pelas quais o
presidente Berzoini se afastou ainda não foram equacionadas", disse a deputada
Maria do Rosário (RS), segunda vice-presidente.
O presidente em exercício
do PT, Marco Aurélio Garcia,
disse que poderia conduzir o
processo de transição do PT,
mas não quer estender a permanência no cargo.
Apesar da crise política, o
PT obteve um resultado eleitoral positivo. Além da reeleição de Lula com mais de
58 milhões de votos, elegeu
cinco governadores e a segunda maior bancada na Câmara, com 83 deputados.
"O PT ainda é uma referência histórica a social. Vamos definir um calendário
de debates sobre os rumos
do governo Lula, do PT, a
pauta do Congresso, a nova
reorganização partidária e
pensar no pós-2010", disse o
deputado Jilmar Tatto (SP),
terceiro vice-presidente.
"O PT precisará firmar o
pé mais fortemente na sua
relação com os movimentos
sociais", disse Romênio Pereira (MG), secretário nacional de Organização do PT.
"Temos que manter o debate
sobre o papel do Estado",
disse Arlindo Chinaglia (SP).
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