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ELEIÇÕES 2006 / MARANHÃO
Lago diz esperar boa relação com o presidente, que apoiou Roseana
Governador eleito afirma que seus aliados no PT maranhense vão facilitar seu entendimento com Lula
Pedetista afirma que apóia
movimento separatista (de
49 municípios liderados por
Imperatriz) que defende a
criação do Maranhão do Sul
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS
Apesar de Lula ter apoiado
Roseana Sarney, o governador
eleito do Maranhão, Jackson
Lago (PDT), disse que espera
ter bom relacionamento com o
presidente reeleito. Ele se referiu a Lula como velho companheiro de lutas e disse que o
apoiou e que foi apoiado por ele
em campanhas anteriores.
Segundo Jackson Lago, as lideranças regionais do PT que
apoiaram sua candidatura facilitarão seu entendimento com
Lula e sinalizou a possibilidade
de trégua com o grupo Sarney.
Disse que tem obrigação de se
aproximar de todas as correntes e que será governador de todos os maranhenses, e não de
apenas uma facção. Questionado se espera ajuda do grupo de
Sarney para obter recursos do
governo federal, disse que conta com o apoio de todos os que
têm mandato pelo Estado.
Em seguida, afirmou que o
grupo de Sarney protelou por
vários meses, em 2005, a aprovação do repasse de US$ 30 milhões do Banco Mundial, no Senado, para combate à pobreza
no Maranhão, por ser projeto
do atual governador, José Reinaldo (PSB), adversário de Sarney: "Se tiverem tal comportamento em meu governo, ficaremos em campos opostos".
Em entrevista, ele demonstrou que as acusações contra
ele feitas pela coligação de Roseana Sarney deixaram feridas
por cicatrizar. O governador
queixou-se de ter sido chamado
até de ladrão de caminhão em
panfletos apócrifos distribuídos em vários municípios.
Lago disse que vai apoiar o
movimento separatista de 49
municípios que querem a criação do Estado do Maranhão do
Sul. O movimento é liderado
por Imperatriz, segundo município em população do Estado,
com cerca de 250 mil habitantes. O pedetista teve 76,8% dos
votos válidos em Imperatriz.
"É uma reivindicação legítima dos filhos dos migrantes sulistas que vieram para a região
Tocantina. O Brasil precisa ter
mais Estados", afirmou.
Lago atribuiu ao atual governador, José Reinaldo Tavares
papel estratégico para sua eleição: "Reinaldo representou
uma fissura no coração do império, e nós, que combatemos
este império por tantos anos,
nos sentimos fortalecidos".
Tavares foi braço direito de
José Sarney por quase 40 anos
e rompeu com a família em
2004. Foi a primeira vez que os
Sarney disputaram uma eleição
no Maranhão tendo contra eles
a máquina do Estado, a maioria
dos deputados federais, da Assembléia e dos prefeitos. Lago
admitiu que a máquina estadual ajudou sua eleição. "O
apoio do governador trouxe o
apoio de deputados e de prefeitos. Não há como negar". Mas
disse que Roseana teve uma
máquina administrativa maior.
Disse que vários prefeitos se
aliaram a ela após serem ameaçados com devassas do TCE.
A Folha tentou ouvir a senadora Roseana Sarney e o senador José Sarney, mas seus assessores informaram que eles
não dariam entrevistas.
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