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PARANÁ
Requião quer redividir IR e IPI com a União
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governador reeleito do Paraná, Roberto Requião
(PMDB), descartou ontem fazer coro com o grupo de governadores dispostos a se mobilizar por reforma fiscal imediata.
Para Requião, o Brasil precisa
de reforma econômica urgente.
Segundo o peemedebista, é
possível resumir a reforma tributária em medidas que acabem com guerra fiscal e com o
retorno da distribuição do bolo
da arrecadação da União a patamares da Constituição de 88.
Crítico da política econômica
conduzida pelo ex-ministro da
Fazenda Antonio Palocci -a
causa do distanciamento em
relação a Lula no primeiro governo-, Requião agora diz esperar do segundo mandato do
presidente petista ""uma política nacional que defenda os interesses dos Estados e municípios, com opção clara pelos pobres".
Sobre ajuste fiscal, ele defende que Estados e municípios
compartilhem com a União de
80% do IR (Imposto de Renda)
e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Apesar de não deixar claro,
Requião também pregou o fim
da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto que integrantes do governo do presidente reeleito Luiz Inácio da
Silva pretendem tornar permanente. Esse é o desejo, pelo menos, do ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
""Basta, para a reforma tributária, só uma emenda à Constituição que retome a distribuição [do bolo da arrecadação da
União] existente em 1988, ignorando-se a transformação de
tudo em CPMF", disse.
Ao longo dos governos, avalia
Requião, as contribuições financeiras não compartilhadas
[20% restantes do bolo] cresceram para 60%, fazendo cair a
proporção dos dois impostos
compartilhados para 40%.
""Os Estados e municípios tiveram cortada drasticamente
metade dos seus recursos", disse, defendendo a reconstituição do patamar. ""O resto é conversa do FMI [Fundo Monetário Internacional], de destruição completa da federação."
A posição foi manifestada
ontem, na primeira entrevista
coletiva após a vitória de domingo. Requião ganhou do senador Osmar Dias (PDT), por
apenas 10.479 votos (50,1% a
49,9%), na disputa mais acirrada do segundo turno da eleição
no país.
Mensalão
Apesar de dizer que na administração do Estado e na Assembléia Legislativa ""não tem
notícia de mensalão nem de
sanguessuga", o governador
reeleito tratou de proteger o
presidente Lula e seu governo
das acusações de corrupção que
marcaram o primeiro mandato.
""Eu não me esqueço que o
mensalão começou com a campanha do [senador Eduardo]
Azeredo, do PSDB de Minas
Gerais, e se implantou definitivamente na República com a
reeleição do Fernando Henrique", afirmou.
Sobre os erros desta primeira
gestão de Lula, disse que ""todos
os cometem", mas que tem certeza de que o presidente
""aprendeu muito com eles".
Também disse que, na reaproximação, Lula ""deu todas as garantias" de atender aos pleitos
que fez em nome do governo do
Estado, mas não citou nenhum.
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