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JUSTIÇA
Em depoimento, Pitta diz que não possui contas no exterior
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Celso Pitta,
que administrou São Paulo
entre 1997 e 2000, ficou ontem frente a frente com um
juiz federal para explicar, pela primeira vez, a origem do
dinheiro encontrado em
contas bancárias no exterior,
não declaradas no Brasil.
Em depoimento de quase
seis horas, Pitta disse ao juiz
federal substituto da 2ª Vara
Federal Criminal de São
Paulo, Ronald Guido Júnior,
não ter dinheiro nem conta
no exterior. O processo tramita em segredo de Justiça.
O Ministério Público Federal e o Estadual afirmam
que ele movimentou US$ 63
milhões em paraísos fiscais.
Em maio, US$ 1 milhão de
uma conta nas ilhas Cayman
retornou aos cofres públicos
por iniciativa da ex-mulher
de Pitta, Nicéa Camargo.
O processo de ontem foi
movido pelo procurador da
República Rodrigo de Grandis, que denunciou Pitta por
supostos crimes de corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Para o Ministério Público,
o dinheiro é fruto do desvio
de verbas públicas durante a
gestão dele e a de Paulo Maluf (1993 a 1996), também
réu em ações penais e civis
por remessa ilegal de dinheiro para o exterior -Maluf
nega ter contas fora do país.
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