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Procurador diz que tesoureiro do PT será ouvido na investigação
DA AGÊNCIA FOLHA EM CUIABÁ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador da República
em Cuiabá Mário Lúcio Avelar,
que atua nas investigações sobre a origem do dinheiro usado
na compra do dossiê contra tucanos, afirmou ontem à noite
que a Polícia Federal deve ouvir
o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, sobre o caso. Ainda segundo Avelar, também será ouvido o assessor da Presidência
Rogério Aurélio Pimentel.
Ferreira e Pimentel encontram-se, após o escândalo do
dossiê, com o ex-assessor da
Presidência Freud Godoy. As
reuniões levaram Avelar a pedir à Justiça Federal que a PF
apurasse a razão dos encontros.
Ao prorrogar na semana passada o prazo para conclusão do
inquérito, o juiz federal Jeferson Schneider determinou que
fossem realizadas "as diligências pedidas pelo Ministério
Público Federal", informou o
superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz. Ontem Avelar disse que a diligência pedida é ouvir Ferreira.
Logo após ser preso com R$
1,75 milhão que seria usado na
compra do dossiê, Gedimar Pereira Passos afirmou à PF que a
negociação para aquisição do
material teria sido realizada a
mando de uma pessoa chamada
Freud. Em segundo depoimento à PF, Gedimar ficou calado.
Avelar quer saber por que
motivo Freud encontrou-se
com Ferreira, que além de tesoureiro do PT foi coordenador
de infra-estrutura da campanha do candidato à reeleição
Luiz Inácio Lula da Silva.
A Folha revelou o encontro
no dia 18 passado. Ferreira disse, à época, apenas ter prestado
"solidariedade" a Freud, que
deixou o cargo de assessor da
Presidência após o episódio.
Lacerda
A Polícia Federal vai ouvir
novamente o jornalista Hamilton Lacerda, ex-coordenador
da campanha derrotada do senador Aloizio Mercadante (PT)
ao governo de São Paulo.
Por ora, Lacerda é o personagem contra o qual a PF reuniu
mais indícios de participação
na compra do dossiê contra políticos tucanos. O segundo depoimento pode ocorrer ainda
nesta semana, em São Paulo.
Para que a data seja confirmada, o delegado Diógenes Curado Filho aguarda a conclusão
de relatório sobre o cruzamento de 2,8 milhões de chamadas
telefônicas com informações
contidas em 1,5 milhão de transações financeiras. Também do
relatório de inteligência depende um eventual indiciamento
dos seis emissários petistas investigados pela Polícia Federal.
(HUDSON CORRÊA, ANDRÉA MICHAEL E LEONARDO SOUZA)
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