São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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Procurador diz que tesoureiro do PT será ouvido na investigação

DA AGÊNCIA FOLHA EM CUIABÁ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar, que atua nas investigações sobre a origem do dinheiro usado na compra do dossiê contra tucanos, afirmou ontem à noite que a Polícia Federal deve ouvir o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, sobre o caso. Ainda segundo Avelar, também será ouvido o assessor da Presidência Rogério Aurélio Pimentel.
Ferreira e Pimentel encontram-se, após o escândalo do dossiê, com o ex-assessor da Presidência Freud Godoy. As reuniões levaram Avelar a pedir à Justiça Federal que a PF apurasse a razão dos encontros.
Ao prorrogar na semana passada o prazo para conclusão do inquérito, o juiz federal Jeferson Schneider determinou que fossem realizadas "as diligências pedidas pelo Ministério Público Federal", informou o superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz. Ontem Avelar disse que a diligência pedida é ouvir Ferreira.
Logo após ser preso com R$ 1,75 milhão que seria usado na compra do dossiê, Gedimar Pereira Passos afirmou à PF que a negociação para aquisição do material teria sido realizada a mando de uma pessoa chamada Freud. Em segundo depoimento à PF, Gedimar ficou calado.
Avelar quer saber por que motivo Freud encontrou-se com Ferreira, que além de tesoureiro do PT foi coordenador de infra-estrutura da campanha do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva.
A Folha revelou o encontro no dia 18 passado. Ferreira disse, à época, apenas ter prestado "solidariedade" a Freud, que deixou o cargo de assessor da Presidência após o episódio.

Lacerda
A Polícia Federal vai ouvir novamente o jornalista Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha derrotada do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo.
Por ora, Lacerda é o personagem contra o qual a PF reuniu mais indícios de participação na compra do dossiê contra políticos tucanos. O segundo depoimento pode ocorrer ainda nesta semana, em São Paulo.
Para que a data seja confirmada, o delegado Diógenes Curado Filho aguarda a conclusão de relatório sobre o cruzamento de 2,8 milhões de chamadas telefônicas com informações contidas em 1,5 milhão de transações financeiras. Também do relatório de inteligência depende um eventual indiciamento dos seis emissários petistas investigados pela Polícia Federal. (HUDSON CORRÊA, ANDRÉA MICHAEL E LEONARDO SOUZA)


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