|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras gastará R$ 250 mi em
propaganda no ano das eleições
Empresa lança edital para escolher agências que vão fazer suas campanhas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras lançou ontem o
edital da licitação para a escolha das agências de publicidade
que dividirão a conta da companhia nos próximos dois anos.
Serão selecionadas três empresas, que repartirão uma verba
de R$ 250 milhões em 2010
-cifra que poderá ser mantida
ou ampliada em 2011.
O contrato é de dois anos e
cada agência tem direito de administrar 25% do orçamento
de publicidade da companhia.
Os outros 25% são alocados e
distribuídos pela Petrobras livremente entre as companhias.
Atualmente, atendem à Petrobras F-Nazca S&S, Quê Comunicação e Heads Propaganda. As duas primeiras já tinham
a conta da estatal, em 2007,
quando foi realizada a última licitação. A paranaense Heads
entrou no lugar da Duda Mendonça Propaganda, de propriedade do publicitário envolvido
no escândalo do mensalão.
Tanto Quê como Heads alcançaram posição de destaque
no mercado após assumirem a
conta da Petrobras -a F-Nazca
já era uma agência de maior
porte. No ano passado, as três
compartilharam um orçamento de R$ 269 milhões. Ou seja,
se o orçamento de 2010 não estourar -o que é comum-, os
gastos com publicidade serão
mais baixos no ano que vem.
Após ficar estagnada em
2005 e 2006, a verba publicitária da Petrobras com publicidade subiu em 2007 (12%) e 2008
(13%). O crescimento supera a
inflação média dos dois anos
-de 4,46% em 2007 e de 5,90%
em 2008, segundo o IPCA.
O valor gasto pela Petrobras
em 2008 supera em 260% o investimento da Vale em publicidade no ano passado -R$ 50
milhões. A diferença é que a Vale só faz campanhas institucionais. Com foco também no consumidor final -por atuar na
venda de combustíveis com a
BR-, a Petrobras reservou 25%
de seu orçamento de 2008 para
campanhas mercadológicas.
O valor total a ser gasto em
2009 ainda está em aberto, mas
deve se manter em torno de R$
250 milhões, segundo a estatal.
A Petrobras segue a Resolução nº 20.562 do TSE, segundo
a qual, em ano eleitoral, será
usado como parâmetro de investimentos em publicidade
institucional a média dos últimos três anos ou o valor do ano
imediatamente anterior, o que
for menor. Tal restrição refere-se a investimentos de publicidade institucional e não se aplica à divulgação de produtos e
serviços que tenham concorrência no mercado, como é o
caso das campanhas da BR.
A estatal diz que não inflou os
gastos em 2007 e 2008 para poder gastar mais em 2010. Segundo a companhia, o crescimento dos investimentos em
publicidade nos anos de 2007 e
2008 "não é um modo de "turbinar" o orçamento da área". Alega que "os orçamentos de publicidade para estes anos foram
planejados de acordo com o incremento das atividades da
companhia e o planejamento
de investimentos publicitários,
seguindo a média histórica de
1% do faturamento" da estatal.
Desde 2000, quando o lucro
superou os R$ 10 bilhões, o gasto tem oscilado entre 0,8% e
1,3% do lucro -em 2008, quando o lucro bateu o recorde de
R$ 33 bilhões, ficou em 0,8%.
Para a Petrobras, o aumento
do gasto de 2007 a 2009 nada
tem a ver com as eleições de
2010. "A Petrobras não se
orienta por bandeiras eleitorais
ao definir seus projetos para difundir grandes valores, grandes
ações e grandes eventos da
companhia", disse José Sérgio
Gabrielli, presidente da estatal.
Segundo a empresa, só para a
campanha de divulgação da
descoberta do pré-sal foram
gastos R$ 42,5 milhões.
Texto Anterior: Perfil: Cunha controla "bancada" de até 50 deputados Próximo Texto: MST não é "capacho" de Lula e vai manter invasões, diz Stedile Índice
|