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GOVERNO
Presidente afirma que queda no desemprego foi 'presente de Natal'
FHC assina Orçamento de
98 e nega crise com Covas
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O presidente Fernando Henrique Cardoso negou ontem que sua
relação com o governador de São
Paulo, Mário Covas, esteja estremecida. "Não prospera essa visão
de que estamos brigando. Falei
com ele por telefone para desejar
feliz Natal. Ele teve e continuará
tendo meu apoio", disse.
FHC disse, inclusive, que, se depender "da vontade de todos nós
do PSDB", Covas será o candidato
à reeleição em 98. O presidente
afirmou ter conversado com o senador José Serra e desconhecer
suas intenções sobre uma possível
candidatura. "Isso vai depender
da posição do Covas."
FHC interrompeu seus dias de
descanso na restinga da Marambaia, a 98 km do Rio, onde está
com a família desde sexta-feira,
para assinar o Orçamento de 98.
Ele aterrissou de helicóptero no
3º Comando Aéreo Regional do
Ministério da Aeronáutica, às 15h,
onde ficou pouco mais de uma hora. Foi recebido pelo chefe da Casa
Civil, Clóvis Carvalho, e pelo governador do Rio, Marcello Alencar, e voltou para Marambaia, onde passará o réveillon.
O texto da lei, aprovado pelo
Congresso Nacional, não sofreu
nenhum veto presidencial. Uma
medida, no entanto, que será baixada no dia 5 de janeiro, prevê cortes de R$ 4 bilhões no Orçamento
de R$ 438,50 bilhões para 98.
"A medida reduzirá alguns gastos que já estão incluídos no pacote fiscal", disse FHC. Ele garantiu
que os cortes não atingirão educação, saúde, previdência, assistência social e reforma agrária.
Desde a Constituinte de 88 que
não se aprovava um Orçamento no
ano anterior ao que será utilizado,
conforme destacou o presidente,
que elogiou o Congresso Nacional
"por esse avanço".
"Com menos recursos, teremos
uma administração melhor porque o gestor público fica sabendo
quanto tem para gastar", disse.
"Estamos acabando com aqueles
orçamentos que nada têm a ver
com a realidade."
"Não sou de fazer ciladas para
ninguém, muito menos para os
ministros que aí estão", afirmou
Fernando Henrique, contestando
as especulações sobre uma possível troca de ministros que venham
a se candidatar.
Segundo o presidente, os ministros ainda não disseram que vão
sair. Mesmo assim, nomes como
os do economista André Lara Rezende e do secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de
Barros, cotados para alguns cargos
ministeriais, foram elogiados pelo
presidente. Segundo ele, ambos
têm condições de ser ministros.
Para FHC, a queda na taxa de desemprego, anunciada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) anteontem, foi "um
verdadeiro presente de Natal".
"Reafirmo que os catastrofistas
devem pôr as barbas de molho. 98
será melhor do que 97", disse o
presidente. O IBGE avalia, no entanto, a queda na taxa de desemprego -de 5,71%, em outubro,
para 5,35%, em novembro- é comum nessa época do ano, devido
ao emprego temporário.
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