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Lula ajuda a eleger no NE, mas repele votos no Sul e Sudeste
Petista é bom cabo eleitoral para candidatos a prefeito no Nordeste, diz pesquisa
Levantamento do Datafolha
em nove capitais mostra
que o quadro se inverte no
Sul e Sudeste -o presidente
tira mais votos do que traz
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um bom cabo eleitoral para os candidatos a prefeito do Nordeste. No Sul e no
Sudeste, tira mais votos do que
traz. O governador Aécio Neves
(PSDB) tem boas chances de
colocar seu candidato no segundo turno. Luiz Henrique da
Silveira (PMDB), de Santa Catarina, pode até tirar.
Pesquisa Datafolha realizada
entre 26 e 29 de novembro em
nove capitais mostra que em
Recife, Fortaleza e Salvador,
respectivamente, 38%, 29% e
26% dos eleitores dizem que o
apoio do presidente a um candidato à prefeitura poderia levá-los a optar pelo nome. Apenas 10% em Recife, 15% em
Fortaleza e 13% em Salvador
declaram não votar em alguém
que tenha Lula a seu lado.
O quadro se inverte no Sul e
no Sudeste. Em Florianópolis,
34% rejeitam candidatos ligados ao presidente; o número é
de 25% em Curitiba, 24% em
São Paulo, 23% no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte e
22% em Porto Alegre.
Em Curitiba, Florianópolis e
Porto Alegre, 14% dos eleitores
dizem que poderiam votar em
candidatos apoiados por Lula.
O índice sobe para 15%, em São
Paulo e Belo Horizonte, e para
21%, no Rio de Janeiro.
A margem de erro é de cinco
pontos percentuais, para mais
ou para menos, com exceção
das cidades de São Paulo e Rio
de Janeiro-onde a margem de
erro é, cada qual, de três pontos
e quatro pontos percentuais.
Portanto, no Rio de Janeiro
há empate técnico entre os que
se dizem dispostos a votar em
um candidato apoiado por Lula
e os que reprovam postulantes
ligados ao presidente. Em Belo
Horizonte e Porto Alegre também há empate técnico, mas a
probabilidade maior é que, em
2008, o voto anti-Lula seja
maior do que o pró-Lula.
O resultado atual lembra a
eleição de 2006, quando o presidente foi derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB) no Sul e
bateu o tucano no Nordeste.
Governadores
A pesquisa Datafolha mostra
os três governadores que mais
transferem votos no país: Aécio
Neves (PSDB-MG), Eduardo
Campos (PSB-PE) e Cid Gomes
(PSB-CE). Também traduz em
números um recado: as capitais
da região Sul estão dispostas a
votar em nomes da oposição
tanto ao presidente quanto a
seus governadores.
Em Minas, 42% das pessoas
dizem que poderiam escolher o
candidato apoiado por Aécio;
14% rejeitam o nome ligado ao
atual governador. Dentre os
nomes pesquisados pelo Datafolha, ele é o maior "transferidor" de votos. Campos também
aparece bem: 32% de simpatia
por seu candidato e 12% de rejeição. Cid Gomes tem 30% e
21%, respectivamente.
Em São Paulo, o candidato
apoiado por Serra tem mais
chances de reverter apoio em
voto do que o postulante de Lula: 23% dos eleitores se dizem
propensos a escolher alguém
que conte com o governador a
seu lado, contra 15% que afirmam o mesmo para o presidente. O quadro se repete no Rio de
Janeiro: enquanto 27% dos
pesquisados afirmam que poderiam votar no candidato de
Sérgio Cabral (PMDB), 21% votariam no escolhido por Lula.
A liderança do ranking negativo da influência cabe ao governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), de Santa Catarina: mais de um terço do eleitorado (38%) se recusa a votar em
alguém ligado a ele.
Roberto Requião (PMDB-PR) e Yeda Crusius (PSDB-RS)
vêm logo em seguida, com 30%
de rejeição a seu candidato, cada um. Poderiam votar em postulantes apoiados por Silveira
15% dos eleitores. O índice vai a
17% para Requião e cai para
10% com Yeda Crusius.
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