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Rio recebe apenas 20% de verba prometida
Bom relacionamento do governador do Estado com o presidente rendeu mais promessas do que recursos
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
A lua-de-mel política do governador Sérgio Cabral
(PMDB) com o presidente da
República, Luiz Inácio Lula da
Silva, rendeu muitas promessas de recursos para o Estado
que ainda não se concretizaram
em dinheiro de fato nos cofres.
Dos R$ 3,4 bilhões anunciados pelo governo federal para o
Rio em 2007, primeiro ano da
gestão Sérgio Cabral, só R$
680,5 milhões (20% do total)
estavam disponíveis e puderam
ser usados até o dia 14.
Os dados foram fornecidos à
Folha pela Secretaria de Fazenda do Estado, da vice-governadoria e da Secretaria de
Obras, que coordenam ações do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) no Estado.
Havia tempo o Estado do Rio
não via relação tão harmoniosa
entre seu governador e a autoridade máxima do país. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus viviam
às turras com Fernando Henrique (1995-2002) e com Lula.
A troca de elogios entre Lula
e Cabral se aproxima da bajulação. No início do ano, o governador se referiu ao presidente
como seu "mais recente amigo
de infância". Lula também fala
de Cabral com carinho.
O Rio representa, para Lula,
um contraponto político aos
tucanos José Serra (SP) e Aécio
Neves (MG), possíveis adversários do PT na disputa pela sucessão presidencial, em 2010.
Desde janeiro, Lula esteve no
Rio 19 vezes -foi sempre recebido por Cabral. "O presidente
é extremamente sensível com o
Estado do Rio", disse Cabral na
última quinta-feira.
Na prática, o maior projeto
do governo federal no Rio, o
PAC das Favelas -que soma R$
748,8 milhões-, continua no
papel. Só foram liberados cerca
de R$ 10 milhões.
Alguns dos maiores investimentos vieram com o Pan. O
Rio foi o principal Estado a se
beneficiar dos R$ 562 milhões
investidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A Folha ligou para a assessoria de imprensa da Presidência,
que indicou contato com o Ministério do Planejamento, que,
por sua vez, sugeriu que fosse
procurada a pasta das Relações
Institucionais. Na assessoria
do órgão, ninguém atendeu na
tarde de sexta-feira. A secretária do ministro José Múcio informou que ele estava viajando
e que ninguém poderia falar.
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