São Paulo, segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

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Rio recebe apenas 20% de verba prometida

Bom relacionamento do governador do Estado com o presidente rendeu mais promessas do que recursos

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

A lua-de-mel política do governador Sérgio Cabral (PMDB) com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, rendeu muitas promessas de recursos para o Estado que ainda não se concretizaram em dinheiro de fato nos cofres.
Dos R$ 3,4 bilhões anunciados pelo governo federal para o Rio em 2007, primeiro ano da gestão Sérgio Cabral, só R$ 680,5 milhões (20% do total) estavam disponíveis e puderam ser usados até o dia 14.
Os dados foram fornecidos à Folha pela Secretaria de Fazenda do Estado, da vice-governadoria e da Secretaria de Obras, que coordenam ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado.
Havia tempo o Estado do Rio não via relação tão harmoniosa entre seu governador e a autoridade máxima do país. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus viviam às turras com Fernando Henrique (1995-2002) e com Lula.
A troca de elogios entre Lula e Cabral se aproxima da bajulação. No início do ano, o governador se referiu ao presidente como seu "mais recente amigo de infância". Lula também fala de Cabral com carinho.
O Rio representa, para Lula, um contraponto político aos tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), possíveis adversários do PT na disputa pela sucessão presidencial, em 2010.
Desde janeiro, Lula esteve no Rio 19 vezes -foi sempre recebido por Cabral. "O presidente é extremamente sensível com o Estado do Rio", disse Cabral na última quinta-feira.
Na prática, o maior projeto do governo federal no Rio, o PAC das Favelas -que soma R$ 748,8 milhões-, continua no papel. Só foram liberados cerca de R$ 10 milhões.
Alguns dos maiores investimentos vieram com o Pan. O Rio foi o principal Estado a se beneficiar dos R$ 562 milhões investidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A Folha ligou para a assessoria de imprensa da Presidência, que indicou contato com o Ministério do Planejamento, que, por sua vez, sugeriu que fosse procurada a pasta das Relações Institucionais. Na assessoria do órgão, ninguém atendeu na tarde de sexta-feira. A secretária do ministro José Múcio informou que ele estava viajando e que ninguém poderia falar.


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