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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Só pensa naquilo
Nas derradeiras reuniões de 2008, Lula manifestou
aos auxiliares uma preocupação acima de qualquer
outra: desonerar os investimentos como resposta ao
cenário de crise que ameaça se aprofundar no ano que
vem. O presidente pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que apresente propostas em janeiro.
Lula diz que o governo já avançou nessa direção ao
reduzir paulatinamente o prazo de ressarcimento de
PIS/Cofins e IPI para compra de máquinas e equipamentos e instalação de empresas, mas acha que, à luz
da nova conjuntura, isso é pouco. Quer que a empresa
só passe a pagar impostos quando começar a produzir. Falta, evidentemente, combinar com a Receita.
Conta de chegada. Para
combater a esperada resistência da Receita à sua proposta
de desoneração, Lula usa o seguinte argumento: afrouxar a
sanha arrecadatória e estimular a produção agora é o melhor caminho para garantir
arrecadação mais adiante.
Fui 1. Acossado por senadores que o pressionam para liberar recursos até o último
minuto de 2008, o ministro
Paulo Bernardo esperou o
chefe viajar ontem para Recife e não teve dúvida: deixou
Brasília "à francesa". Até o
início da noite, congressistas
ainda o procuravam na capital
na sede do Planejamento.
Fui 2. A primeira-dama Marisa Letícia não participou do
almoço de Lula com parentes
na capital pernambucana.
Acompanhada por filhos e netos, seguiu direto para Fernando de Noronha, onde a família passará o Ano Novo.
Ação! O diretor Fábio Barreto começará a rodar em 20 de
janeiro seu filme sobre a vida
de Lula. As primeiras tomadas serão feitas em Caetés, ex-distrito de Garanhuns onde o
presidente nasceu.
Esticadinha. Do chanceler
Celso Amorim, fazendo mistério sobre a data do retorno
do embaixador brasileiro ao
Equador, uma vez anunciado
que o país pagará no início de
janeiro a recém-vencida parcela de empréstimo tomado
do BNDES: "Puxa, deixa ele
passar o Ano Novo aqui, descansar um pouco, coitado!".
Delay. Apesar dos três meses de afastamento e da exoneração oficial, anteontem, a
página da Abin na internet
exibe o perfil de Paulo Lacerda como diretor-geral e a cópia do decreto de sua nomeação para chefia da agência.
Tenho dito 1. Em entrevista postada hoje em seu
blog, Roberto Jefferson concorda com José Dirceu, que
pretende pedir anistia caso
seu julgamento seja adiado
indefinidamente. "Ele tem razão, e eu também. Cinco anos
é muito tempo para quem
acertou muito mais do que errou. Quero voltar em 2010",
diz o presidente do PTB.
Tenho dito 2. O autor da
denúncia do mensalão nega
arrependimento: "Pelo contrário. O Brasil hoje tem noção que tem gente boa à esquerda e à direita, e gente
ruim à esquerda e à direita. Os
discursos puritanos que o PT
fazia eram muitos ruins para a
democracia. Isso passou".
Cota. Enquanto se especula
sobre a ida do prefeito de BH,
Fernando Pimentel, para um
cargo no governo Lula, o PT
mineiro faturou outra vaga federal: Édilo Valadares virou
vice-presidente da CEF.
Currículo 1. O sucessor de
Pimentel, Marcio Lacerda
(PSB), ainda não nomeou nenhum dos secretários para as
nove regionais, mas avisou
aos partidos da aliança que
quer "técnicos sem pretensões políticas" nesses cargos.
Currículo 2. O tucano
Marcelo Teixeira, indicado
secretário da Saúde, foi apresentado por Lacerda como
"ex-militante do PT em Brumadinho". Ele foi secretário
de Aécio e trabalhou com José
Serra no Ministério da Saúde.
Tiroteio
"O Ministério Público e a PF desvendaram coisas cabeludas em 2008. Mas, não adianta nada, porque o Judiciário é desfuncional. Prova disso é o caso Daniel Dantas."
De DAVID FLEISCHER, membro do Conselho da Transparência Brasil, sobre a polêmica em torno da Operação Satiagraha
Contraponto
Papo de boteco
Depois de presidir uma inauguração, na semana passada, Gilberto Kassab aceitou convite do secretário municipal Ricardo Montoro para tomar um chopp no Bar Brahma, endereço tradicional do centro paulistano.
O prefeito chegou pouco antes do horário do almoço,
quando os garçons se preparavam para receber a clientela. Ao reconhecê-lo, anteciparam a abertura das portas.
Em seguida surgiu Montoro, que perguntou ao porteiro:
-O prefeito já chegou?
-Sim, senhor. Prefeito bom é assim: se a casa tiver problema, ele manda fechar. Mas, quando o lugar é bom, ele
mesmo vem e manda abrir!
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