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Ministro não
passa cargo
RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília
O ministro da Marinha,
Mauro César Pereira, é o
único dos militares a resistir à transmissão de cargo
para um interino que será
posteriormente nomeado
comandante de Força.
Há 18 dias, ele criticou a
falta de definição no processo de transição para a
instalação do Ministério da
Defesa.
O acordo para que os ministros deixassem o governo e transmitissem o comando para os chefes dos
estados-maiores foi proposto -e aceito- durante
almoço entre os quatro militares e o presidente Fernando Henrique Cardoso,
no Palácio da Alvorada, anteontem.
Mas, na Marinha, a definição sobre quem ocupará o
cargo é uma incógnita. O
nome natural da sucessão
seria o do chefe do Estado-Maior da Força, almirante-de-esquadra Sérgio Gitarana Florêncio Chagasteles.
Mas a falta de consenso
pôs como possíveis candidatos ao cargo os almirantes Carlos Edmundo de Lacerda Freire, atual secretário-geral do ministério, e
Paulo Augusto Garcia Dumont, comandante de operações navais.
A Folha apurou que a indefinição na Marinha é gerada principalmente porque o ministro Mauro César
Pereira tem planos de continuar no governo e não referenda o nome de Chagasteles nem dos outros possíveis candidatos à função de
comandante da Força no
Ministério da Defesa.
Já no Exército e na Aeronáutica a situação está resolvida. Ontem, o ministro
Zenildo de Lucena (Exército) deixou o cargo e transmitiu-o ao general-de-exército Gleuber Vieira, durante
cerimônia em Brasília.
Na Aeronáutica, o ministro Lélio Viana Lôbo transmitirá o cargo ao brigadeiro-do-ar Walter Werner
Bruer, na próxima segunda,
às 17h. Ambos eram os chefes dos estados-maiores.
²
Sem resistências
Os militares negam que
haja resistências à criação
do Ministério da Defesa e à
escolha do senador Elcio
Alvares (PFL-ES) para ministro. Afirmam que ele inclusive teria tido seu nome
referendado por um dos
ministros militares.
"Não há problema nenhum. Em relação ao presidente, sou amigo dele e seu
eleitor. Sobre o Ministério
da Defesa, sempre o defendi", afirmou Zenildo, após
transmitir o cargo, no quartel general do Exército.
"Respeito o ministro Elcio
Alvares e sou amigo dele",
completou.
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