São Paulo, quinta, 31 de dezembro de 1998

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Ministro não passa cargo

RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília

O ministro da Marinha, Mauro César Pereira, é o único dos militares a resistir à transmissão de cargo para um interino que será posteriormente nomeado comandante de Força.
Há 18 dias, ele criticou a falta de definição no processo de transição para a instalação do Ministério da Defesa.
O acordo para que os ministros deixassem o governo e transmitissem o comando para os chefes dos estados-maiores foi proposto -e aceito- durante almoço entre os quatro militares e o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, anteontem.
Mas, na Marinha, a definição sobre quem ocupará o cargo é uma incógnita. O nome natural da sucessão seria o do chefe do Estado-Maior da Força, almirante-de-esquadra Sérgio Gitarana Florêncio Chagasteles.
Mas a falta de consenso pôs como possíveis candidatos ao cargo os almirantes Carlos Edmundo de Lacerda Freire, atual secretário-geral do ministério, e Paulo Augusto Garcia Dumont, comandante de operações navais.
A Folha apurou que a indefinição na Marinha é gerada principalmente porque o ministro Mauro César Pereira tem planos de continuar no governo e não referenda o nome de Chagasteles nem dos outros possíveis candidatos à função de comandante da Força no Ministério da Defesa.
Já no Exército e na Aeronáutica a situação está resolvida. Ontem, o ministro Zenildo de Lucena (Exército) deixou o cargo e transmitiu-o ao general-de-exército Gleuber Vieira, durante cerimônia em Brasília.
Na Aeronáutica, o ministro Lélio Viana Lôbo transmitirá o cargo ao brigadeiro-do-ar Walter Werner Bruer, na próxima segunda, às 17h. Ambos eram os chefes dos estados-maiores.
² Sem resistências
Os militares negam que haja resistências à criação do Ministério da Defesa e à escolha do senador Elcio Alvares (PFL-ES) para ministro. Afirmam que ele inclusive teria tido seu nome referendado por um dos ministros militares.
"Não há problema nenhum. Em relação ao presidente, sou amigo dele e seu eleitor. Sobre o Ministério da Defesa, sempre o defendi", afirmou Zenildo, após transmitir o cargo, no quartel general do Exército. "Respeito o ministro Elcio Alvares e sou amigo dele", completou.



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