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ECONOMIA
Vagas criadas são menores em relação a 97, apesar do aumento de 79,7% nos investimentos das empresas
Cai geração de empregos em Campinas
LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas
O volume de investimentos na
indústria em Campinas no ano
passado superou o de 97. A oferta
de empregos, no entanto, caiu pela
metade no mesmo período.
Segundo levantamento da Secretaria da Cooperação Internacional,
os investimentos de indústrias em
Campinas no ano passado aumentaram 79,7% em relação a 97.
No ano passado, foram investidos US$ 734 milhões na cidade. Já
em 97, o total de investimentos ficou em US$ 408,5 milhões, uma diferença de US$ 325,5 milhões.
O maior investimento em Campinas foi da Tess Comunicações:
US$ 600 milhões em 98, segundo a
prefeitura.
Entretanto, em 97, apesar do investimento menor, o número de
empregos criados foi duas vezes
superior ao de 98.
Em 97, as indústrias criaram
3.388 empregos diretos e 10.164 indiretos. Já no ano passado, as empresas criaram 2.190 vagas diretas
e 5.170 indiretas.
De acordo com o secretário da
Cooperação Internacional, Manuel Carlos Cardoso, em 98 houve
uma queda no número de ofertas
de emprego por causa dos investimentos em alta tecnologia.
"Os altos investimentos são decorrência da compra de maquinários sofisticados", disse.
Somente na área de telecomunicações, foram investidos no ano
passado US$ 660 milhões.
Para o economista Laerte Martins, da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), a
redução empregos gerados faz
com que o trabalhador tenha que
se preparar cada vez mais para o
mercado de trabalho.
"Em uma pesquisa realizada pela
Acic, foi constatado que o índice
de funcionários de indústrias com
o diploma de graduação dobrou
em 98 em relação a 96", disse.
Para o professor de economia da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) Márcio Pochmann,
os novos investimentos não são
suficientes para gerar um número
de emprego compatível com a população economicamente ativa da
cidade.
"Como Campinas se tornou um
pólo de indústria de ponta, a concorrência pelo emprego é ainda
mais acirrada", disse.
O secretário da Cooperação Internacional afirmou que a previsão
para o próximo ano é de investimentos na cidade por parte de pequenas e médias empresas.
"Como muitas empresas grandes
investiram neste biênio, acredito
que, para 99, as fornecedoras estejam investindo em Campinas",
disse Cardoso.
Segundo ele, até 2005 há previsões de investimentos na ordem de
US$ 8,5 bilhões.
"São expansões e investimentos
nas áreas da construção civil, manutenção, limpeza, telecomunicações, entre outras."
De acordo com o secretário, a
Prefeitura de Campinas não oferece isenções tributárias para as empresas se instalarem na cidade.
"Campinas tem mão-de-obra especializada", disse Cardoso.
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