Campinas, Sexta, 1 de janeiro de 1999

Próximo Texto | Índice

ECONOMIA
Vagas criadas são menores em relação a 97, apesar do aumento de 79,7% nos investimentos das empresas
Cai geração de empregos em Campinas

LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas

O volume de investimentos na indústria em Campinas no ano passado superou o de 97. A oferta de empregos, no entanto, caiu pela metade no mesmo período.
Segundo levantamento da Secretaria da Cooperação Internacional, os investimentos de indústrias em Campinas no ano passado aumentaram 79,7% em relação a 97.
No ano passado, foram investidos US$ 734 milhões na cidade. Já em 97, o total de investimentos ficou em US$ 408,5 milhões, uma diferença de US$ 325,5 milhões.
O maior investimento em Campinas foi da Tess Comunicações: US$ 600 milhões em 98, segundo a prefeitura.
Entretanto, em 97, apesar do investimento menor, o número de empregos criados foi duas vezes superior ao de 98.
Em 97, as indústrias criaram 3.388 empregos diretos e 10.164 indiretos. Já no ano passado, as empresas criaram 2.190 vagas diretas e 5.170 indiretas.
De acordo com o secretário da Cooperação Internacional, Manuel Carlos Cardoso, em 98 houve uma queda no número de ofertas de emprego por causa dos investimentos em alta tecnologia.
"Os altos investimentos são decorrência da compra de maquinários sofisticados", disse.
Somente na área de telecomunicações, foram investidos no ano passado US$ 660 milhões.
Para o economista Laerte Martins, da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), a redução empregos gerados faz com que o trabalhador tenha que se preparar cada vez mais para o mercado de trabalho.
"Em uma pesquisa realizada pela Acic, foi constatado que o índice de funcionários de indústrias com o diploma de graduação dobrou em 98 em relação a 96", disse.
Para o professor de economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Márcio Pochmann, os novos investimentos não são suficientes para gerar um número de emprego compatível com a população economicamente ativa da cidade.
"Como Campinas se tornou um pólo de indústria de ponta, a concorrência pelo emprego é ainda mais acirrada", disse.
O secretário da Cooperação Internacional afirmou que a previsão para o próximo ano é de investimentos na cidade por parte de pequenas e médias empresas.
"Como muitas empresas grandes investiram neste biênio, acredito que, para 99, as fornecedoras estejam investindo em Campinas", disse Cardoso.
Segundo ele, até 2005 há previsões de investimentos na ordem de US$ 8,5 bilhões.
"São expansões e investimentos nas áreas da construção civil, manutenção, limpeza, telecomunicações, entre outras."
De acordo com o secretário, a Prefeitura de Campinas não oferece isenções tributárias para as empresas se instalarem na cidade.
"Campinas tem mão-de-obra especializada", disse Cardoso.



Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.