Campinas, Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2000 |
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INFÂNCIA PERDIDA Delegado que preside inquérito diz que faltam provas técnicas; engraxador confessou 12 crimes Polícia revê confissões e diz faltar provas para incriminar Orpinelli
MAURÍCIO SIMIONATO da Folha Campinas O delegado Osmar Ribeiro dos Santos, da Divisão de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse ontem que as confissões do engraxador de portas Laerte Patrocínio Orpinelli, 48, não são suficientes para incriminá-lo. Santos disse que está revendo os inquéritos e que até agora não há provas técnicas contra o suspeito. Orpinelli confessou ter matado pelo menos 12 crianças em seis cidades do interior do Estado. ""A confissão é apenas um elemento de prova, mas é preciso verificar a veridicidade dos depoimentos por meio de provas técnicas e uma reconstituição minuciosa dos fatos", disse. O ouvidor da Polícia de São Paulo, Benedito Mariano, disse ontem que o caso Orpinelli é gravíssimo. "Uma pessoa se tornou inimigo público número um sem haver provas técnicas", disse. Mariano foi quem encaminhou à Delegacia Geral a denúncia de que o informante da polícia Araldo Chagas estaria participando das investigações em Rio Claro. Na semana passada, a Delegacia Geral de Polícia determinou o afastamento da delegada de Rio Claro, responsável pelo inquérito inicial, Sueli Isler Batelochi. Orpinelli confessou os assassinatos aos delegados de Rio Claro, Franca, Monte Alto, Pirassununga, Itu, Araraquara e São Carlos, mas apresentou contradições nas descrições dos locais onde teria cometido os crimes. Ossadas Até ontem, apenas uma ossada foi encontrada em Rio Claro próximo a um local apontado pelo engraxador. No entanto não há confirmação de que a ossada seja humana. O laudo da ossada está a cargo do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo. Ontem, Orpinelli confessou mais um assassinato em São Carlos, mas caiu em contradições e não conseguiu apontar à polícia onde teria assassinado a criança. ""Ele confessou as mortes, mas os elementos são escassos, além de não haver testemunhas dos crimes", disse o delegado da DHPP, que preside o inquérito. O delegado Moacir Rodrigues Mendonça, de Itu, foi um dos primeiros a colocar sob suspeita as confissões do engraxador. Orpinelli confessou que matou a menina Sílvia Aparecida do Espírito Santo, 9, desaparecida em maio de 94. Mas o delegado da cidade suspeitou do fato de Orpinelli ter dito que deixou o corpo em um local diferente de onde foi encontrado pela polícia. Próximo Texto: Família não acredita em confissão Índice |
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