Campinas, Domingo, 04 de Junho de 2000 |
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CRISE NA POLÍCIA 3 Datafolha aponta que para mais de dois terços dos eleitores polícias são ineficientes no combate ao crime Maioria vê ineficiência nas corporações
DA FOLHA CAMPINAS A maioria dos entrevistados pelo Datafolha em Campinas no último dia 22 acredita que as Polícias Militar e Civil são pouco ou nada eficientes no combate e prevenção ao crime na cidade. A avaliação da PM feita pelos entrevistados é péssima. Para 87%, a PM é pouco (51%) ou nada (36%) eficiente na prevenção a criminalidade. No combate ao crime, 87% também acham que a instituição é pouco ou nada eficiente. Somente 6% dos entrevistados disseram que a PM é muito eficiente no combate ao crime e 7% disseram ser muito eficiente na prevenção ao crime. A Polícia Civil, que desempenha o papel de policiamento judiciário, e não faz prevenção ao crime, também teve péssima avaliação no quesito combate ao crime. Dos entrevistados, 85% acham que a Civil é pouco (52%) ou nada (33%) eficiente no combate ao crime. Somente 5% disseram que há muita eficiência na polícia. "Não sabia que a população tinha essa imagem da corporação", disse o comandante do CPI-2 (Comando de Policiamento do Interior) de Campinas, Élzio Lourenço Nagalli. A professora de psicologia da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) Maria de Fátima Franco dos Santos disse que o alto índice de violência é um dos fatores determinantes na avaliação da polícia apurada na pesquisa Datafolha. "As pessoas se sentem abandonadas. Elas pagam imposto e não vêem retorno na segurança", disse a professora. Assassinatos O número de assassinatos em Campinas aumentou 144% nos últimos dez anos, segundo levantamento da Delegacia Seccional de Campinas. Em 89, a polícia registrou 208 homicídios contra 508 no ano passado. Proporcionalmente, há mais homicídios em Campinas do que em São Paulo e no Rio de Janeiro. Como forma de combate ao crescimento da violência em bairros da periferia da capital do Estado, o prefeito interino de São Paulo, Régis de Oliveira (PMN), disse que vai estimular a criação de áreas de lazer. Em Campinas, algumas praças construídas por particulares em favelas não receberam manutenção da prefeitura e estão totalmente destruídas. A dona-de-casa Lindaura Pereira dos Santos, 24, moradora da favela Vila Brandina, em Campinas, acha que a construção de praças na periferia não resolvem problemas tão sérios como o da violência. "Não adianta fazer praça se as crianças não são bem criadas", disse a dona-de-casa. Texto Anterior: Datafolha faz sorteio dos entrevistados Próximo Texto: Violência e escândalo prejudicaram polícia Índice |
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