Campinas, Domingo, 05 de Março de 2000


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CARNAVAL 2000
Cancelamento oficial do desfile de rua em 50 anos, faz folião abandonar cidade
Sem folia, escolas de samba de Campinas vão a outras cidades

Leandro Ferreira/ Folha Imagem
A despachante Lourdes Pedrina Castelucci, 37, da escola de samba Estrela D'Alva, de Campinas, será a intérprete da escola Água da Avenida, de Valinhos


RAQUEL LIMA
free lance para a Folha Campinas

Intérprete da escola de samba Estrela d'Alva desde 1991, a despachante Lourdes Pedrina Castelucci, 37, vai deixar o Carnaval de Campinas este ano para desfilar pela escola Águias da Avenida, de Valinhos (10 km de Campinas).
"É muito triste não desfilar em Campinas, mas foi a forma que eu encontrei para não ficar longe do Carnaval", disse Lourdes.
Assim como a intérprete, outros 20 componentes da Estrela d'Alva vão deixar Campinas para reforçar o Carnaval de outras cidades da região.
O mecânico Adilson Roberto Barbosa, 36, há 23 anos desfila pela Estrela d'Alva e há 7 anos é mestre de bateria da escola. No entanto este ano é a escola União Primavera, de Paulínia, que terá a participação do carnavalesco.
"É muito ruim abandonar Campinas, mas é o único jeito de não ficar parado", disse Barbosa.
Neste ano, a Estrela D"alva completa 50 anos e vai ficar sem desfilar em Campinas pela primeira vez, em toda a sua história (leia texto nesta página).
O Carnaval oficial de rua de 2000 em Campinas foi cancelado no início de fevereiro, quando a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo enviou um ofício à Liga das Escolas de Samba da cidade em que alegou não ter verba para a realização do desfile.
Esta será a primeira vez, nos últimos 50 anos, que Campinas vai ficar sem o Carnaval oficial.
Pelo menos 15 componentes da escola Leões da Vila Padre Anchieta, que tem três anos, alugaram um ônibus para ir a outras cidades da região. O grupo vai participar dos desfiles de Paulínia, Hortolândia e Valinhos.
"Só assistir não tem graça. Temos que participar de um jeito ou de outro", disse o presidente da escola, Aparecido da Silva.
O presidente da escola Renascença, com 17 Carnavais, Paulo César da Fonseca, disse que a escola não vai realizar nenhuma atividade neste ano. Segundo ele, a escola quer mostrar o descontentamento com a administração.
"É difícil para os foliões entenderem o cancelamento do desfile", afirmou Fonseca.



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