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HISTÓRIAS
Quarta cinzenta
FÁBIO SOARES
Editor da Folha Vale
Quarta-Feira de Cinzas começa, ou recomeça, o Campeonato Paulista. O dia não poderia ser mais apropriado.
A primeira fase foi um porre.
Jogos de uma inutilidade ímpar. Uma grande brincadeira,
em ritmo carnavalesco.
A Lusa e os times do interior
jogaram, jogaram e não ganharam nada. Só o América, último colocado, perdeu, perdeu e
foi rebaixado.
A Série A-2 acabou sendo
mais divertida. Em uma espécie de seletiva, o Botafogo conseguiu subir e vai disputar a A-1. Já o São José, nadou, nadou e
voltou ao mesmo lugar.
Em suma, nunca o Paulista
teve duas fases tão distintas: a
que não vale nada primeiro,
depois a outra. E nada como a
comemoração do título simbólico da Ponte Preta depois de
vencer a Portuguesa Santista e
ratificar sua posição de campeã
do aquecimento.
Nada contra a Ponte. Considero o melhor time do interior
hoje, mas aquela taça encomendada pelo clube depois do
jogo com a Portuguesa foi um
episódio um tanto quanto engraçado. Coisa para bugrino
ver. Pior a Federação Paulista
de Futebol, que após ver a festa
em Campinas resolveu homenagear oficialmente a Macaca
nesta quarta (de cinzas).
Apenas o Botafogo saiu verdadeiramente recompensado
pela nova fórmula de disputa.
Pegou um atalho e voltou à elite sem enfrentar a maioria dos
participantes da A-2.
Então, recapitulando, já temos um campeão simbólico,
um clube rebaixado e um que
subiu, jogadores e técnicos demitidos e novas contratações.
Analisando assim, parece fim
de temporada. A partir dessas
cinzas, vai surgir um novo
campeão (ou talvez a Ponte de
novo), um outro rebaixado (de
repente o mesmo que subiu) e
mais um clube que vai subir da
A-2 (pode ser o América). É, o
Paulista começa, de fato, na
quarta-feira.
E-mail: flsantan@uol.com.br
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