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CIÊNCIA
CPqD, Unicamp e Cetuc do Rio desenvolvem material que amplia capacidade de transmissão de informações
'Superfibra óptica' é criada em Campinas
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
O CPqD (Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações), a Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas) e o Cetuc-RJ (Centro de Estudos em Telecomunicações da Universidade Católica do Rio de Janeiro) acabam
de desenvolver em Campinas a
"superfibra óptica".
O material possibilita um aumento na capacidade de transmissão de informações pelas redes de
telecomunicações, oito vezes mais
veloz.
Isso significa que o sistema pode
agilizar em até oito vezes, por
exemplo, todas as ligações telefônicas, o acesso à Internet (rede
mundial de computadores) e a
transmissão de sinais de vídeo.
Tecnologia
A tecnologia utilizada, de multiplexação por divisão de comprimento de onda (wavelenght division multiplexing), possibilita o
uso de múltiplos feixes de luz dentro de uma mesma fibra.
Com a estratégia, o CPqD está fazendo testes para transmitir simultaneamente oito canais óticos com
capacidade de 10 Gbit (taxa de
transmissão) por segundo em cada
canal, totalizando 80 Gbits/s ou 1,2
milhão de canais de voz.
A descoberta pode ser utilizada
na realização de 1,2 milhão de conversações telefônicas paralelas e simultâneas pela mesma fibra óptica. Os pesquisadores levaram dois
anos para concluir o trabalho, que
teve investimentos de até R$ 3 milhões. A previsão é que o sistema
esteja sendo utilizado em meados
deste ano.
Fibra óptica
A fibra óptica é um sistema de
comunicação que transmite informações por meio de um feixe de
luz que contém informação.
O sistema desenvolvido permite
a passagem de oito feixes de luz pela mesma fibra óptica, em vez de
apenas um. Com a capacidade de
informação multiplicada por oito,
o usuário ganha a velocidade de
acesso à Internet, por exemplo.
Em cada fibra óptica passam 150
mil conversações telefônicas.
"É a tecnologia de ponta sendo
desenvolvida no Brasil, em nível de
igualdade com pesquisadores dos
Estados Unidos", disse o gerente
de divisão de negócios em comunicações ópticas e infra-estrutura de
redes do CPqD, José Eduardo Azarite.
Segundo ele, as pesquisas nasceram da carência de tecnologia no
mercado.
"Com o eventual congestionamento das redes de fibras ópticas e
o aumento da necessidade da demanda, os pesquisadores procuraram atender as necessidades exigidas pelo mercado", disse.
O CPqD, ao lado da Unicamp e
do Cetuc, foram os pioneiros nas
pesquisas com fibras ópticas no
Brasil, na década de 80. Agora o
país é pioneiro no desenvolvimento da super fibra.
Além de reduzir o congestionamento e aumentar a velocidade de
acesso à Internet, a super fibra vai
agilizar toda a área de transmissão
de dados, como serviços de home
bank (consultas ao banco feitas da
casa do usuário), por exemplo.
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