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SANEAMENTO
Coordenadores do Programa Guarapiranga e Banco Mundial defendem necessidade da integração com Projeto Tietê
"Metas serão atingidas até o fim do ano"
DA REPORTAGEM LOCAL
As obras pendentes do Programa Guarapiranga, especificamente na área de saneamento, serão
concluídas até dezembro e, a partir de então, as metas de coleta e
exportação de esgoto da área da
bacia serão cumpridas. É o que
afirmam tanto o coordenador do
projeto, Dirceu Yamasaki, quanto
o representante da Sabesp, José
Lavrador.
Entre os objetivos almejados estão a coleta de 75% do esgoto produzido na bacia da represa e seu
tratamento em três estações, duas
pequenas em Embu-Guaçu e outra, maior, em Barueri.
Uma das estações em Embu-Guaçu está pronta, a outra deve
começar a operar em outubro, segundo a Sabesp. As estações que
vão bombear o esgoto para fora
da área da Guarapiranga devem
estar prontas no fim do ano.
"Nós estamos hoje com a rede e
os ramais que chegam até as casas
das pessoas prontos, mas eles não
estão interligados. Se isso acontecesse sem as estações de bombeamento estarem prontas, estaríamos fazendo com que o esgoto
chegasse mais rapidamente à represa, o que seria contraproducente", afirma Lavrador.
Ele afirma ainda que a integração com o Projeto Tietê estava
prevista. "Há uma grande concatenação entre os programas. O esgoto da Guarapiranga vai ser tratado em Barueri, mas isso é feito
na medida da disponibilidade dos
recursos. O objetivo não é jogar
no rio Pinheiros, mas há uma sucessão de cronogramas", disse.
O Banco Mundial, que financia
parte do programa, também defende a concatenação, apesar de
afirmar que, em razão do atraso
da segunda etapa do Projeto Tietê, a interligação dos dois sistemas
de esgotos (da bacia do Guarapiranga e do Pinheiros) não se efetivou no prazo previsto.
Segundo o banco, o lançamento
temporário dos efluentes da bacia
do Guarapiranga no rio Pinheiros
foi analisado no Estudo de Impacto Ambiental do programa.
As conclusões foram que o simples afastamento do esgoto da represa já representaria um grande
benefício e era prioritário e que o
problema de saneamento na cidade de São Paulo, por seu caráter
"dramático", só pode ser enfrentado de forma gradual.
"É evidente que o objetivo geral
da Sabesp é que os esgotos sejam
tratados, mas isso se faz de uma
maneira progressiva", afirma.
Para Dirceu Yamasaki, o programa é modelo e foi o único projeto governamental que teve
aporte constante de recursos.
Legislação
A legislação de proteção de mananciais de 1976, que proibia a
ocupação das áreas da bacia da
Guarapiranga, é tida como uma
das responsáveis pela explosão de
loteamentos clandestinos e favelas na região, nos anos 80.
A proibição desvalorizou os terrenos, muitos dos quais acabaram
sendo vendidos e posteriormente
loteados de forma irregular.
Para uma população cada vez
mais empobrecida, que não tinha
condições de pagar aluguel no
centro da cidade, a bacia da Guarapiranga tornou-se uma saída.
A falta de políticas públicas de
habitação popular e de fiscalização do uso e ocupação do solo na
região protegida, entretanto, não
podem ser menosprezadas no
processo de ocupação.
Nunca houve uma estrutura para fazer valer a legislação, que surgiu para tentar parar um processo
de deslocamento que já havia começado nos anos 60, impulsionado pela demanda de mão-de-obra
para as atividades econômicas.
(MV)
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