Campinas, Terça, 9 de março de 1999

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POLÍCIA
Ontem foram identificadas duas adolescentes que dizem ter sido assediadas pelo vendedor preso em Mogi
Polícia busca vítima de pedofilia em escola

MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

A Polícia Civil de Mogi Mirim (57 km de Campinas) iniciou uma campanha em uma escola localizada próxima à casa do vendedor e bacharel em direito Osvaldo Durante, acusado de pedofilia, corrupção de menores e estupro, para identificar mais adolescentes e crianças que seriam suas vítimas.
Segundo a delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) Judite de Oliveira Reis, que preside o inquérito, a maioria das 18 crianças e adolescentes já identificadas estuda na EEPSG (Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus) Maria Beatriz. A própria filha do vendedor, G.D., 9, estuda no estabelecimento.
A campanha inclui uma descrição dos crimes e a apresentação de uma foto de Durante.
"Oriento as crianças a não ficarem com medo de denunciar", disse a delegada. Segundo ela, os nomes dos envolvidos serão todos mantidos em sigilo.
Ontem, outras seis adolescentes da escola admitiram ter sido seduzidas pelo vendedor.
Com isso, sobe para 18 o número de crianças e adolescentes que dizem ter sido molestadas por Durante.
As adolescentes foram identificadas pela diretoria da escola e tiveram seus nomes entregues para a delegada, que conversou com todas as estudantes durante 40 minutos. Ela espera que nos próximos dias mais vítimas possam ser identificadas.
O exame de corpo de delito das vítimas já identificadas deve ser concluído hoje. Até o fim desta semana será feito também um exame para saber se Durante é portador do vírus HIV.
O vendedor foi preso no dia 3 deste mês com seis fitas de vídeo pornográfico em que ele aparece praticando sexo com crianças e adolescentes, todos tendo entre 9 e 16 anos, objetos pornográficos e fotografias.
Em depoimento à polícia, o vendedor declarou que abordava os adolescentes e crianças "por hobby" e "para realizar suas fantasias".
Ele foi preso após a denúncia da mãe das irmãs G.C.S., 11, e D.C.S., 10, cujo nome não foi divulgado.
A mãe das crianças declarou em depoimento na polícia que o vendedor teria convidado suas filhas para serem filmadas.
Ele está preso na Cadeia de Estiva Gerbi com outros três detentos em uma cela especial. Um deles, Antônio Waldemar Zibordi, também é acusado de pedofilia.
A visita ao vendedor foi proibida por uma semana pela delegada em razão de uma briga envolvendo seus parentes na última sexta-feira no interior da cadeia.
Durante está em Estiva Gerbi por medida de segurança, pois os parentes das vítimas estão revoltados.



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