Campinas, Quarta, 10 de fevereiro de 1999

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ANÁLISE
Estilo de Chico é arriscado

SORAYA AGÉGE
editora da Folha Campinas

O prefeito Chico Amaral mantém um estilo político arriscado para tempos de crise. Beneficia demais amigos e apoiadores. Prometeu empregos e deu.
Alguns receberam sem nunca ter trabalhado.
Em seu governo anterior, o efeito não foi violento. Na década de 70, as consequências não eram tão visíveis.
Ao longo desses dois anos de governo de Campinas, o déficit foi de R$ 280 milhões. A folha consome hoje R$ 285 milhões anuais de uma receita tributária de R$ 380 milhões.
Ele foi avisado de que precisaria mudar seu estilo, mas fez ouvidos moucos para quem tentou alertá-lo.
Até que, em agosto do ano passado, escolheu um caminho sem volta: anunciou um calote aos precatórios e usou R$ 30 milhões, que tinha emprestado para amortizar a conta, na cobertura da folha. E continuou contratando amigos.
Agora, não serão essas quase inviáveis demissões que aplacarão a crise. Mais uma vez, Chico poupa assessores. A maioria, que ganha entre R$ 1.062 e R$ 4.500, continua.
E são muitos. Chico se recusa a divulgar esse número, mas a Folha apurou que ele contratou, só no ano passado, 402 pessoas.



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