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TRANSPORTES
Após a demissão de 276, funcionários iniciam hoje "operação tartaruga" e ameaçam greve nesta semana
Motoristas prometem protestos hoje
GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas
Os 4.500 motoristas e cobradores
de Campinas devem iniciar hoje,
às 4h, uma "operação tartaruga",
atrasando a saída dos ônibus das
garagens por até duas horas e
ameaçam entrar novamente em
greve nesta semana.
Desde anteontem, pelo menos
274 motoristas e cobradores e dois
fiscais foram demitidos pelas empresas, que alegam corte de gastos
para reequilibrar o sistema.
O sindicato dos trabalhadores
orientou os motoristas a não assinarem as demissões e tentam um
acordo hoje, às 9h, com a Transurc
(Associação das Empresas de
Transporte Coletivo Urbano de
Campinas).
Na quarta-feira, segundo o vice-presidente do sindicato, Antonio
Valério da Silva, caso não haja um
acordo, haverá uma assembléia,
que deve deliberar pela greve geral.
Ainda hoje, o sindicato entra
com uma representação no Ministério Público do Trabalho, pedindo a apuração de excesso de trabalho de motoristas e cobradores. Segundo Silva, a jornada de trabalho
fica entre 12 e 13 horas diárias. Serão usados relatórios dos motoristas e cobradores para tentar comprovar a jornada.
Na última semana, cerca de 365
mil pessoas ficaram sem o transporte coletivo, que entrou em greve após o corte de benefícios. A
greve durou um dia, após a Justiça
determinar o pagamento.
O diretor da Transurc Eustáquio Urzedo afirmou que pelo
menos 600 funcionários das empresas serão demitidos para que o
sistema seja reequilibrado.
"A única saída para reequilibrar
o sistema, após 19 meses de prejuízos, é a demissão de funcionários. Nós não podemos cortar benefícios por determinação judicial, então vamos demitir", disse.
Segundo ele, o prejuízo mensal
das empresas que compõem a
Transurc varia entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões.
"A única saída é uma reunião
entre empresas, o poder público
municipal e funcionários. É preciso redesenhar o sistema e acabar com o transporte dos perueiros", afirmou Urzedo.
Ele disse que não tem informações sobre uma possível greve de
motoristas e cobradores e sobre o
atraso dos ônibus para sair hoje
da garagem.
O diretor da Transurc afirmou
que pelo menos 3 milhões de
pessoas são transportadas mensalmente por meio de peruas e
vans, o que levou a Transurc a estudar uma redução no valor da
passagem dos ônibus, que hoje
custa R$ 1.
"A Transurc transporta 8,2 milhões de passageiros por mês.
Se subirmos esse número para
10,5 milhões, com a redução da
passagem, conseguiremos reequilibrar o sistema", disse Urzedo.
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