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SOB SUSPEITA
Ex-assessores fizeram denúncias de que Petterson Prado os obrigava a devolver parte dos salários
Promotoria apura se deputado reteve salário de assessor
DA FOLHA CAMPINAS
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial sobre o Crime Organizado)
e o setor de competência originária do Ministério Público Estadual
estão investigando a possível retenção de parte dos salários de assessores do deputado estadual
Petterson Prado (PPS), pré-candidato a prefeito de Campinas pelo partido.
As denúncias contra o deputado foram apresentadas esta semana pela Rede Globo aos promotores do Ministério Público.
O Gaeco investiga esse tipo de
crime há cerca de um ano na Câmara Municipal de São Paulo e
agora na Assembléia Legislativa.
A apropriação indébita de dinheiro cometida por funcionário
público, no exercício da função, é
crime de peculato. A pena é de reclusão de 2 anos a 12 anos, além de
pagamento de multa.
As denúncias contra o deputado têm como fundamento as declarações e documentos apresentados por ex-assessores do deputado na Assembléia Legislativa à
TV Globo.
O ex-motorista Wagner Lopes
de Oliveira denunciou que recebia R$ 1.725 e tinha que repassar
entre R$ 980 e R$ 1.000 mensalmente ao deputado.
A ex-assessora Fabiana Carnielli, afirmou que foi demitida
quando ameaçou deixar de repassar o dinheiro. Ela afirmou que recebia R$ 1.730 e tinha que repassar R$ 1.200 por mês.
As denúncias feitas pelos três
ex-assessores foram formalizadas
ontem no Ministério Público. Eles
foram ouvidos em depoimento
no Gaeco.
Prado negou ontem qualquer
prática criminosa e afirmou que
as denúncias são infundadas e
não apresentam provas.
Prado disse que os ex-assessores que o acusam foram demitidos no ano passado e um no início deste ano. Ele afirmou que as
denúncias fazem parte de um
complô para afetá-lo na campanha eleitoral.
Em pesquisa de intenção de voto estimulada do Datafolha, realizada no último dia 22, Prado aparece em dois dos cenários apresentados como segundo colocado, com 10%, atrás do do pré-candidato do PDT, Hélio de Oliveira
Santos, o Doutor Hélio.
Os promotores do Gaeco afirmaram ontem à Folha que o material apresentado pela emissora,
traz, além dos depoimentos dos
três ex-assessores, documentos
que podem servir de prova.
Entre os documentos apresentados estão depósitos dos ex-assessores feitos na conta do primo
do deputado, Sérgio Roberto do
Prado, que também trabalha em
seu gabinete como assessor.
O material apresentado ao Ministério Público será avaliado pelos seis promotores do Gaeco que
decidirão quais serão os próximos passos da investigação.
O vice-presidente nacional do
PPS, deputado federal João Herrmann, acusou Doutor Hélio como autor das denúncias. "É denúncia do Doutor Hélio. A gente
sabe de coisas piores sobre ele."
O deputado federal Doutor Hélio disse que não sabe das denúncias contra Prado. "É uma atitude
de moleque do Herrmann me envolver nisso", disse.
O presidente da Assembléia Legislativa, Vanderlei Macris
(PSDB), determinou que o caso
seja encaminhado com urgência
para a Corregedoria da Assembléia. A informação é da assessoria do deputado.
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