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Quatro policiais são presos por extorsão em Itapira
LÍGIA MORELI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Os investigadores Wilson Roberto Muniz, 40, Ricardo Corsini,
33, e Moisés de Moraes Santana,
34, e o agente policial Eduardo José de Carvalho, 33, foram presos
em flagrante anteontem em Itapira (72 km de Campinas), sob acusação de extorsão.
Eles exigiram R$ 60 mil de José
Luís de Souza, 49, proprietário de
um desmanche no bairro Brumado, divisa de Mogi Mirim e Itapira, para não entregá-lo à polícia.
Segundo a Polícia Civil de Itapira, essa seria a segunda extorsão
cometida pelos policiais.
Há cerca de um mês eles receberam R$ 40 mil do proprietário do
mesmo desmanche.
Os investigadores Muniz e Corsini são de Suzano. Santana é de
Mogi das Cruzes e Carvalho é de
Itaquaquecetuba -municípios
que pertencem à area da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
Os policiais estão presos no Presídio da Corregedoria da Polícia
Civil em São Paulo.
De acordo com o delegado titular de Itapira, José Roberto Hussart, a investigação foi realizada
pelas polícias de Mogi Guaçu e
Itapira por determinação do
Deinter (Departamento de Polícia
Judiciária do Interior) de Campinas.
Segundo o delegado, o desmanche foi localizado na tarde de anteontem e funcionava numa chácara. A fachada aparentava um local de exploração de gado leiteiro.
No local, foram apreendidos
três carros roubados e dois carros
que seriam utilizados para "pagar" os policiais detidos.
Cheques
Além dos dois carros, uma picape D-20 e um Tempra, os proprietários do desmanche pagariam
aos policiais com um cheque de
R$ 20 mil para não ser denunciados, segundo a polícia.
O desmanche era administrado
pela família Souza. José Luís de
Souza, seu irmão Pedro César
Luís de Souza, 35, e seu filho Luís
Fernando de Moraes Souza, 23,
estão presos na Cadeia Pública de
Mogi Mirim.
Eles vão responder por crime de
receptação de veículos e adulteração de chassi.
De acordo com o delegado Hussart, a polícia suspeita que o desmanche funcionava no local havia
pelo menos seis meses.
Segundo ele, as peças retiradas
dos veículos roubados eram encaminhadas para São Paulo.
De acordo com a polícia, o proprietário do desmanche afirmou
que ganhava R$ 1.500 por um carro desmanchado e que preferia as
picapes.
Segundo o delegado, não há evidências de que os policiais levassem carros ao desmanche para serem "depenados".
"Eles só queriam o dinheiro",
afirmou.
De acordo com a polícia, os
quatro policiais podem cumprir
pena que varia de dois anos a oito
anos de prisão.
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