Campinas, Sábado, 10 de Junho de 2000


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Quatro policiais são presos por extorsão em Itapira

LÍGIA MORELI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Os investigadores Wilson Roberto Muniz, 40, Ricardo Corsini, 33, e Moisés de Moraes Santana, 34, e o agente policial Eduardo José de Carvalho, 33, foram presos em flagrante anteontem em Itapira (72 km de Campinas), sob acusação de extorsão.
Eles exigiram R$ 60 mil de José Luís de Souza, 49, proprietário de um desmanche no bairro Brumado, divisa de Mogi Mirim e Itapira, para não entregá-lo à polícia.
Segundo a Polícia Civil de Itapira, essa seria a segunda extorsão cometida pelos policiais.
Há cerca de um mês eles receberam R$ 40 mil do proprietário do mesmo desmanche.
Os investigadores Muniz e Corsini são de Suzano. Santana é de Mogi das Cruzes e Carvalho é de Itaquaquecetuba -municípios que pertencem à area da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
Os policiais estão presos no Presídio da Corregedoria da Polícia Civil em São Paulo.
De acordo com o delegado titular de Itapira, José Roberto Hussart, a investigação foi realizada pelas polícias de Mogi Guaçu e Itapira por determinação do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) de Campinas.
Segundo o delegado, o desmanche foi localizado na tarde de anteontem e funcionava numa chácara. A fachada aparentava um local de exploração de gado leiteiro.
No local, foram apreendidos três carros roubados e dois carros que seriam utilizados para "pagar" os policiais detidos.

Cheques
Além dos dois carros, uma picape D-20 e um Tempra, os proprietários do desmanche pagariam aos policiais com um cheque de R$ 20 mil para não ser denunciados, segundo a polícia.
O desmanche era administrado pela família Souza. José Luís de Souza, seu irmão Pedro César Luís de Souza, 35, e seu filho Luís Fernando de Moraes Souza, 23, estão presos na Cadeia Pública de Mogi Mirim.
Eles vão responder por crime de receptação de veículos e adulteração de chassi.
De acordo com o delegado Hussart, a polícia suspeita que o desmanche funcionava no local havia pelo menos seis meses.
Segundo ele, as peças retiradas dos veículos roubados eram encaminhadas para São Paulo.
De acordo com a polícia, o proprietário do desmanche afirmou que ganhava R$ 1.500 por um carro desmanchado e que preferia as picapes.
Segundo o delegado, não há evidências de que os policiais levassem carros ao desmanche para serem "depenados".
"Eles só queriam o dinheiro", afirmou.
De acordo com a polícia, os quatro policiais podem cumprir pena que varia de dois anos a oito anos de prisão.


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