Campinas, Sábado, 11 de Agosto de 2001

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VIOLÊNCIA

Proprietária da Viação Francorrochense e o marido, PM, são acusados de homicídio; vítima era o dono de empresa concorrente

Polícia procura empresária de Jundiaí

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A empresária Angélica Selleguin e seu marido, o tenente da PM de Jundiaí Daniel Laghi, estão sendo procurados pela Polícia Civil, acusados de serem os mandantes do assassinato de Américo Grilo Nogueira, proprietário da Viação Lago Azul, que explorava o transporte urbano em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
A empresária é proprietária da Viação Francorrochense, empresa que opera o sistema de ônibus em Franco da Rocha. Ela e o marido moram em Jundiaí.
O empresário foi morto a tiros em Franco da Rocha na última segunda-feira. Os dois acusados estão foragidos desde anteontem, quando foi expedido pela Justiça o mandado de prisão temporária para ambos.
Segundo o delegado-assistente da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, Nivaldo da Silva Santos, o policial militar Alfredo Epaminondas Martins foi o autor da acusação.
Martins confessou ser um dos dois homens que teriam atirado em Nogueira, após bloquear o veículo no qual o empresário trafegava. Martins, outro PM, Milton Rodrigues Brizola, e o motorista Genilson Cordeiro da Fonseca foram presos pela Polícia Civil na noite do crime. Os três confessaram ter participado do atentado.
No depoimento que prestou à polícia, Martins disse que ele e Fonseca foram procurados por Brizola para dar um "susto" no dono da Lago Azul, a mando de Angélica Selleguin. Os dois receberiam R$ 2.000 pelo serviço.
"Existe essa acusação, e, por isso, a Justiça determinou a prisão temporária. As investigações, no entanto, continuam sendo feitas pelo delegado da cidade [Manoel Alberto Cardoso de Mello]."
Mello foi procurado para falar sobre o caso, ontem, mas não atendeu à reportagem. Segundo a Folha apurou, a polícia acredita que Angélica e Daniel Laghi foram motivados a cometer o crime devido à "guerra" das empresas de ônibus em Franco da Rocha.
No ano passado, a Francorrochense substituiu a Lago Azul no transporte da cidade ao apresentar uma proposta de tarifa mais barata. O preço foi reduzido de R$ 1,15 para R$ 0,90. A alteração da concessão foi contestada pela Lago Azul.
Em abril, o diretor da Francorrochense, José Giácomo Selleguin, foi morto a tiros por dois homens. A polícia não descartou a possibilidade de o crime ter sido cometido devido à rivalidade entre as empresas.

Outro lado
Os advogados de Angélica Selleguin e Daniel Laghi não foram localizados para comentar o caso.


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