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FUTEBOL
Equipe ganha cota maior da emissora e tem mais jogos transmitidos pela TV aberta no Campeonato Brasileiro
Ponte, 101, vira "coadjuvante" na Globo
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
A Associação Atlética Ponte
Preta completa hoje 101 anos de
existência como time "coadjuvante" da Rede Globo no Campeonato Brasileiro 2001.
Dos 27 jogos que a Ponte realiza
na competição, cinco deles serão
transmitidos pela emissora que
monopoliza as transmissões de
futebol no país.
A Rede Globo pagou US$ 73 milhões ao Clube dos 13 -entidade
que representa os 19 principais
clubes do país- pelos direitos de
transmissão exclusiva dos jogos
da principal competição do futebol nacional.
O arqui-rival Guarani, que é do
Clube dos 13, terá apenas uma
partida televisionada. O Corinthians, principal "astro" da Rede
Globo, terá 14 jogos transmitidos.
Além dos jogos em TV aberta, a
Ponte terá mais cinco jogos transmitidos pelos canais fechados da
Globosat e quatro pelo sistema
"pay-per-view".
Com a partida do último domingo entre Ponte e Corinthians,
a Globo conseguiu uma média de
23 pontos no Ibope e venceu o
SBT, que, com o "Domingo Legal", atingiu 16. Cada ponto do
Ibope representa 80 mil espectadores na Grande São Paulo.
Durante o Campeonato Brasileiro da Série B de 97, a média da
Rede Bandeirantes em jogos da
Ponte era de oito pontos.
A opção da Globo de transmitir
as partidas da Ponte para todo o
país resultou em um aumento na
cota que o time de Campinas recebeu no Brasileiro.
A Ponte recebeu cerca de US$ 2
milhões (cerca de R$ 5 milhões).
O dinheiro da Globo e a visibilidade no país são determinantes
para que o clube consiga equilibrar seu déficit mensal, segundo o
presidente, Sérgio Carnielli.
De acordo com ele, a Ponte arrecada dois terços do que gasta
mensalmente. "O clube equilibra
sua contas com as cotas de TV e
com a venda de jogadores, que se
valorizam aparecendo em rede
nacional", afirmou Carnielli.
O presidente, que comanda o
clube há cinco anos, disse que, hoje, a Ponte conseguiu ressarcir os
empresários que "salvaram" o
clube de ter suas portas fechadas.
Segundo Carnielli, empresários
de Campinas investiram cerca de
US$ 7 milhões (R$ 17,5 milhões)
no clube em cinco anos.
A venda de dois jogadores -o
meia Vander e o atacante Luís Fabiano- para o futebol francês foi
suficiente para recompensar o investimento dos empresários.
A dependência da televisão por
parte dos clubes de futebol não é
vista como maléfica pelo presidente da Ponte.
"Infelizmente a situação dos time de futebol no Brasil não é boa.
Eles têm de depender da mídia,
pois todo mundo assiste a futebol.
É o único meio de se ter renda,
não temos outro caminho", disse
o presidente ponte-pretano.
Projetos
Tentando alcançar o mesmo desempenho do time de futebol, a
Ponte anuncia hoje uma parceria
para formar uma equipe de vôlei
feminino.
Carnielli não quis antecipar como será formada a parceria, mas
disse que a Ponte cederá apenas
seu nome e sua estrutura para a
equipe a ser formada. "Já está difícil administrar o futebol. Ter que
investir em outros esportes fica
complicado para a Ponte. No entanto o clube está aberto para negociar", disse.
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